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Linha Direta

Hillary e Sanders dominam 1° debate democrata às presidenciais nos EUA

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Depois de dois debates entre os pré-candidatos do Partido Republicano à Casa Branca, o primeiro debate entre os pré-candidatos democratas às presidenciais de 2016 aconteceu na noite de terça-feira (13), em Las Vegas. O embate reuniu cinco concorrentes, mas foi o duelo entre a favorita Hillary Clinton e Bernie Sanders, primeiro senador americano a se autoproclamar socialista, que chamaram a atenção. Os dois apontaram a desigualdade de renda como o flagelo americano. Hillary disse ser "uma progressista que faz", enquanto Sanders insistiu em que não faz parte do sistema que está criando uma "economia fraudulenta" na América. O senador de Vermont criticou os bilionários de Wall Street. Este que foi o primeiro dos seis debates previstos no calendário democrata.

O ex-senador Jim Webb, o senador Bernie Sanders, a ex-secretária de Estado Hillary Clinton, o ex-governador de Maryland Martin O'Malley et o ex-governador de Rhode Island Lincoln Chafee, no primeiro debate democrata na TV.
O ex-senador Jim Webb, o senador Bernie Sanders, a ex-secretária de Estado Hillary Clinton, o ex-governador de Maryland Martin O'Malley et o ex-governador de Rhode Island Lincoln Chafee, no primeiro debate democrata na TV. REUTERS/Lucy Nicholson
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Eduardo Graça, correspondente da RFI nos Estados Unidos

O primeiro debate entre os pré-candidatos democratas à presidência surpreendeu analistas políticos e eleitores americanos pela contundência dos candidatos, especialmente Hillary Clinton, Bernie Sanders e Martin O’Malley. Pela primeira vez a ex-primeira-dama e secretária de Estado, líder das pesquisas, debateu seu rival mais direto, o socialista Bernie Sanders. Ele vem crescendo nas pesquisas e foi quem mais ganhou com a queda de 10% da mulher de Bill Clinton na semana passada. Já o ex-governador O’Malley tentou aparecer com uma opção à esquerda de Hillary e à direita de Sanders.

Ficou clara a fragilidade dos dois outros pré-candidatos, os ex-senadores Jim Webb e Lincoln Chafee. Dos três nanicos, que pontuam apenas traços nas pesquisas, somente o ex-governador de Maryland, Martin O’Malley se destacou, brigando de igual para igual com os líderes, se qualificando para embates futuros. Mas as atenções, é claro, estavam todas voltadas para Hillary Clinton e Bernie Sanders.

Liberação da maconha

Bernie conseguiu expor bem seu catecismo de defesa da classe média, mas Hillary Clinton teve uma noite especial, em que se posicionou não como alguém apenas disposta a apresentar ideias, mas como, de fato, um agente de transformações sociais. Talvez a diferença entre as duas candidaturas tenha ficado clara quando o mediador Anderson Cooper, da CNN, perguntou que posição tomariam se tivessem de votar, em Nevada, estado onde o debate aconteceu, no plebiscito que vai decidir em novembro pela liberação do uso da maconha para fins recreativos.

Bernie disse que votaria sim. Hillary, de olho nos eleitores moderados, afirmou que ainda não tem uma opinião 100% formada a respeito. E quando o senador afirmou que o voto de Hillary em favor da invasão do Iraque, durante o governo Bush, foi “um dos piores erros da história recente dos EUA”, a ex-senadora respondeu de bate-pronto e foi bastante aplaudida.

Ela disse que uma prova de que erro não teve o peso dado por Bernie, foi o convite de Barack Obama para que ela comandasse a política externa dos EUA em seu primeiro mandato. O momento mais divertido se deu quando Bernie saiu abruptamente em defesa de sua ex-colega no Senado quando Hillary respondia sobre outro de seus ‘erros públicos’, aquele que gerou a investigação, pelo Congresso e o FBI, de sua correspondência privada justamente quando era Secretária de Estado. O socialista arrancou gargalhadas de Hillary ao dizer a ela que os americanos, ele inclusive, “já estão fartos de ouvir falar dos seus malditos e-mails”.

Joe Biden

Além dos dois protagonistas e dos três figurantes, o debate também teve um outro personagem central, que se fez presente justamente por sua ausência em Las Vegas, o vice-presidente Joe Biden, que viu o debate pela televisão. Ele já recebeu, com alguma razão, a alcunha de o Hamlet das primárias democratas, por conta de sua indecisão em relação à candidatura.

Biden e seus assessores prestaram atenção detalhada ao debate. Se eles avaliarem que Hillary Clinton saiu enfraquecida, Biden deve anunciar nos próximos dias que irá disputar as primárias. As pesquisas mostram que ele tira votos tanto de Hillary quanto de Bernie. E se ele conseguir atrair para a campanha o próprio Obama, que o tem em altíssima conta, aí o meio-de-campo, que já não é mais terreno dominado exclusivamente por Hillary, embola de vez.

Obama

Houve um momento em que se percebeu nitidamente a ausência de um defensor assumido do governo Obama no palco montado ontem à noite em Las Vegas pela CNN. Todos os candidatos trataram do Irã como uma das principais ameaças aos EUA. Ninguém defendeu um dos maiores tentos da política externa de Obama, justamente o acordo em torno do programa nuclear de Teerã. Joe Biden certamente não teria tido a mesma postura.

Vamos ver como as pesquisas nos próximos dias vão refletir tanto a boa participação de Hillary Clinton como a apresentação nacional do fenômeno ainda localizado Bernie Sanders e se a disputa esquentará, ainda mais, com a entrada do vice-presidente Biden.

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