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Planeta Verde

Artista iraniano “transporta” Amazônia para a Normandia

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A menos de dois meses da Conferência do Clima de Paris (COP-21), a cidade francesa de Rouen se teletransporta para o coração da maior floresta do mundo, graças às lentes e os pincéis do artista austro-iraniano Yadegar Asisi. A exposição do panorama Amazonia leva as cores e os sons da natureza para a cidade francesa, em uma experiência de 360° e 15 metros de altura.

Visitantes podem subir até quatro andares para observar os diferentes detalhes da exposição.
Visitantes podem subir até quatro andares para observar os diferentes detalhes da exposição. heymann-renoult.com
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As imagens são o desfecho de cinco anos de um minucioso trabalho. O arquiteto pintou o seu retrato da floresta e, com um número incontável de fotos, tiradas até nas alturas, chegou ao panorama que mostra um dia na Amazônia. A riqueza de detalhes é tanta que, com a ajuda de um dos binóculos à disposição, o visitante pode ver os insetos sobre as folhas das árvores.

A experiência ainda inclui o barulho de animais, índios e da tempestade, elementos que fascinam os visitantes europeus, pouco acostumados com florestas tropicais. Com um pouco de abstração, dá para se sentir no meio da selva.

“Esse era o maior desafio desse trabalho. O naturalista Alexander von Humboldt já sabia, no século 19, que retratar a natureza e a floresta demandaria um trabalho complexo e denso. No início, eu senti que talvez eu não conseguisse fazer”, relata. “Foram quatro longas viagens, divididas em fases diferentes do trabalho. Foi tanta produção que uma parte nem pôde entrar na exposição.”

O artista minimiza as dificuldades que teve para se instalar e se movimentar pela Amazônia. O maior incômodo, lembra ele, foi os mosquitos.

“Quando eu fico obcecado por uma ideia, eu não desisto mais. Foi assim com o Monte Everest, com a Grande Barreira de Corais”, conta o artista. “Na Amazônia, eu senti o calor, a transpiração da natureza, que eu tentei transmitir nos panoramas. É como uma pintura, mas bem maior.”

O artista austríaco Yadegar Asisi trabalhando no seu ateliê
O artista austríaco Yadegar Asisi trabalhando no seu ateliê @asisi

Sensibilizar sobre a destruição

Yadegar Asisi também pôde se defrontar com o lado obscuro da Amazônia: o desmatamento e a poluição. Ele afirma que o alerta sobre o problema não era uma prioridade, mas acredita que, ao mostrar o que há de mais fascinante do chamado pulmão do planeta, será capaz de suscitar mais reações do que se fizesse um protesto explícito contra a destruição da floresta.

“Quando você assiste as notícias na televisão e vê que, de novo, mais 100 ou 1000 hectares de floresta foram devastados, em cinco minutos você apaga a televisão e vai jantar, pensando: ‘é triste, mas não é um problema meu’. Aliás, a sua mesa pode até ser feita com madeira da floresta nativa e você nem sabe”, observa o arquiteto, que nasceu em Viena e fez a carreira na Alemanha. “Eu acho que só podemos defender aquilo que amamos. Quando os visitantes vêm aqui e saem cheios de questões, eles se dão conta de que cortar árvores significa destruir todo um universo. É assim que as pessoas se tornam sensíveis a problemas como esse.“

A exposição Amazônia acaba de ser inaugurada, e ficará aberta até maio de 2016.

 

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