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Volta às aulas na França reanima debate sobre inovações no ensino

O início do ano letivo é a ocasião para a imprensa francesa avaliar os desafios da educação no país e divulgar as iniciativas adotadas por professores para tornar a escola mais atraente para os 12 milhões de alunos que irão voltar às aulas a partir desta terça-feira (1). Além da reforma apresentada pelo ministério da Educação, os jornais investigaram novos métodos de ensino elaborados pelo corpo docente.

Capa dos jornais franceses Libération, Aujourd'hui en France, La Croix e Le Télégramme desta segunda-feira, 31 de agosto de 2015.
Capa dos jornais franceses Libération, Aujourd'hui en France, La Croix e Le Télégramme desta segunda-feira, 31 de agosto de 2015.
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Libération lembra que nesta segunda-feira (31) mais de 850 mil professores franceses retornam ao trabalho para preparar a volta às aulas. O jornal entrevistou cinco professoras que resolveram inovar seus métodos de ensino, muitas vezes desfiando diretrizes do próprio Ministério da Educação. Segundo o jornal, elas lamentam o abismo entre o "discurso político que estimula a inovação pedagógica da verdadeira realidade do ensino".

Uma professora do sudoeste do país conta uma experiência com alunos do primário que foi até premiada: matérias como matemática e francês foram transformadas em "disciplinas gerais". Na sala de aula, duas professoras ensinam as matérias de maneira transversal. Uma das vantagens é que os alunos se concentram mais e fazem menos bagunça, de acordo com a avaliação. Depois de testado com relativo sucesso, o projeto foi aprovado pelo conselho de ensino.

Outra professora relata sua experiência com o uso das redes sociais para ensinar literatura. Ela criou contas de personagens de livros no Facebook para analisar as obras. Pelo Twitter, a professora ensina métodos de dissertação.

Libération considera o tema da Educação como essencial para a próxima década na França. Governo e oposição propõem mudanças, o que demonstra a vontade de rever os conceitos do ensino no país.

Reforma difícil

Em entrevista ao jornal Aujourd'hui en France, a ministra da Educação, Najat Vallaud-Belkacem, afirmou que a reforma global do ensino proposta pelo governo francês vai ser adotada integralmente a partir de 2016. Isso, segundo o jornal, apesar da forte resistência dos sindicatos e da oposição de direita.

As mudanças começam já neste ano letivo, com a entrada em vigor do ensino de educação moral e cívica; de uma adaptação nos programas do jardim da infância e até da troca de notas por cores no sistema de avaliação no primário.

O governo também promete que, até 2017, serão criados mais de 60 mil postos de trabalho na educação. A ministra acredita que houve um mal entendido durante a elaboração da reforma e das novas plataformas de ensino, mas "que todos irão se adaptar". Ela também defende que o sistema de notação seja mais claro, mais exigente e melhor compreendido por pais e alunos. 

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