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Donald Trump é ameaça para democracias no mundo, diz Libération

Em uma ampla reportagem publicada nesta quinta-feira (27) sobre Donald Trump, pré-candidato republicano que mudou o panorama da eleição presidencial americana, o jornal francês Libération apresenta o bilionário como um grande risco não apenas para os Estados Unidos. Seu estilo radical, nacionalista e sua postura anti-imigração representam uma "nuvem negra no horizonte político das democracias", segundo o jornal.

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Libération tem palavras muito duras para falar de Donald Trump, apresentado como um verdadeiro "pesadelo" para os Estados Unidos. "Um louco na Casa Branca?", questiona o jornal diante da possibilidade de Trump vencer as primárias dos republicanos e bater um rival democrata na eleição presidencial.

O Libé chama de "vulgar e oportunista" o bilionário que lidera as pesquisas de opinião e mudou totalmente o cenário da campanha presidencial. Segundo o jornal, o candidato extremista está sendo levado a sério apesar de um programa simplista: a caça aos imigrantes. O artigo informa que no site de campanha de Trump, a rubrica destinada a "posições políticas", não traz nenhuma menção a economia, saúde ou ameças terroristas. A única referência é à reforma sobre imigração.

Desde sua entrada na corrida presidencial, em junho, o bilionário quer fazer deste tema o eixo central da campanha americana. "Nenhum outro candidato republicano ou mesmo democrata tem um programa tão detalhado sobre a questão", ressalta o diário.

As propostas, apresentadas no documento de seis páginas consultados pelo Libération, estão baseadas em três pilares: reforço das fronteiras, aplicação rigorosa das leis e defesa da segurança, empregos e dos salários dos cidadãos americanos.

Sexista e racista

Os ataques do jornal ao fenômeno Trump vão de suas escolhas ideológicas até seu estilo considerado estravagante. O bilionário é apresentado como um racista inveterado que chegou a expulsar um jornalista latino de uma de suas entrevistas coletivas. O empresário acusou o México de enviar aos Estados Unidos apenas "pessoas que representam problemas, coml ligações com drogas, criminosos e estupradores".

Ao acusá-lo de sexista, Libération lembra que Donald Trum já publicou (e depois apagou) um tuíte questionando a capacidade da rival democrata Hillary Clinton governar o país com a seguinte frase: "Como ela pode agradar o país se ela não satisfaz nem mesmo seu marido?". Outro exemplo citado pelo jornal foi quando uma advogada pediu uma pausa no decorrer de um processo para amamentar sua filha. "Você é nojenta", teria dito Trump.

Em editorial Libé diz que seu estilo machista, sexista, nacionalista e extremista tem tudo para agradar uma boa parte dos eleitores. Seu sucesso virou um incômodo para o partido Republicano fundado por Abraham Lincoln, lembra o jornal.

Trump é o símbolo de um nacionalismo xenófobo, descrito pelo jornal como o "mal deste século".
"Enquanto este balão inflado com bilhões não for desinflado, uma nuvem negra vai encobrir cada vez mais o horizonte político das democracias", conclui Libération.

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