Sem apoio da China, Austrália já investiu € 50 milhões nas buscas do MH370
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Autoridades australianas afirmam que destroços do avião da Malaysia Airlines encontrados na ilha francesa da Reunião podem ter sido trazidos pela correnteza da da costa oeste australiana para a ilha. A Austrália, que lidera as investigações no sudeste no oceano índico, foi o país que mais investiu na busca da aeronave desde de seu desaparecimento em 8 de março de 2014 com 239 pessoas a bordo. Desse total, 153 eram chinesas mas Pequim não contribuiu com nada até agora.
Luciana Fraguas, correspondente da RFI em Melbourne
A Austrália já investiu 76 milhões de dólares australianos – o equivalente a €50 milhões – na operação. O país lidera a força internacional de busca, que conta com 20 aviões e navios de 26 países. A operação completou recentemente o rastreamento de mais de 60 mil quilômetros quadrados de leito marinho.
A Malásia havia prometido igualar o investimento australiano mas até agora contribuiu com AU$ 40 milhões de dólares australianos ou €27 milhões.
A China, país com o maior número de vítimas não fez nenhuma contribuição às operações de busca.
A Austrália reservou mais 14 milhões de dólares (€10 milhões) para as buscas que devem levar mais um ano, a menos que a parte traseira do MH370 seja encontranda e nela as caixas pretas da aeronave. Isso levaria ao fim, do que os especialistas dizem, o maior mistério da história da aviação.
China e Malásia, alvo de críticas
A posição chinesa foi criticada por Warren Truss, vice-primeiro ministro da Austrália. Ele lembrou que a maioria das pessoas a bordo eram chinesas. E que o governo australiano daria as boas vindas a qualquer contribuição financeira da China.
Ele disse que Beijing inicialmente ajudou na busca ao enviar um avião e um navio. “Eles cooperaram onde esperado durante o período inicial de buscas”, disse o vice-primeiro ministro, “eles não têm nenhum navio adequado para busca, mas nós também não, inclusive tivemos que alugar alguns navios especiais de busca.”
O vice-primeiro ministro também reconheceu que a China ou qualquer outro país não tem nenhuma obrigação de contribuir financeiramente com a operação.
Nenhuma fonte oficial australiana criticou a Malásia. Especialistas australianos da aviação comentaram que a Malásia, que como eu disse, prometeu igualar o investimento australiano, dificilmente vai conseguir fazê-lo.
Destroços
A Agência de Pesquisa Cientiíica e Industrial da Austrália fez uma simulação do movimento e correnteza do mar. Eles reverteram a possivel rota dos destroços baseados no movimento da correnteza marítima e ventos.
As descobertas confirmaram que a área de busca atual – na costa oeste australiana – podem ter sido levados para outros lugares.
Lembrando que a área inicial de busca é baseada na informação que foi transmitida pelo avião a um satélite horas após o seu desaparecimento. As equipes de investigação trilharam essa informação que os levou a costa oeste Australiana como o local onde o avião teria caido.
Famílias das vítimas
As famílias, inclusive dos seis australianos que embaracaram no vôo, exigem mais informação e informação apurada.
Para muitos, as últimas descobertas na ilha da Reunião apenas aumentaram a angústia e a espera – que já dura 16 meses – pela falta de informação.
A ministra das relações exteriores da Austrália, Julie Bishop, disse que espera que o pedaço do avião seja mesmo do MH370 e que isso confirme que os esforços australianos não foram em vão.
Uma coisa é certa, os australianos têm um interesse tremendo em achar esses destroços, não só em resposta às familias dos desaparecidos mas também para justificar os custos dessa operação.
O voo MH370 desapareceu em março do ano passado com 239 pessoas de diversos países: 153 chineses, 38 malaios, seis australianos e quatro franceses, além de pessoas de outras onze nacionalidades a bordo.
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