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Linha Direta

Referendo fortalece posição da Grécia frente aos credores

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Em um referendo histórico, a Grécia rejeitou as condições impostas pelos credores internacionais para renegociar sua dívida e abrir a via para nova parcela do resgate financeiro ao país. Mais de 60% dos gregos disseram "não" às medidas de austeridade exigidas pelo FMI (Fundo Monetário Internacional), o Banco Central Europeu e a Comissão Europeia.

Apesar de concessão do Syriza com renúncia de Varoufakis, risco de a Grécia sair da zona do euro é maior do que nunca
Apesar de concessão do Syriza com renúncia de Varoufakis, risco de a Grécia sair da zona do euro é maior do que nunca AFP/Daniel Roland
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Apesar dessa vitória, que fortalece o partido no poder, Syriza, e, principalmente, a posição do primeiro ministro, Alexis Tsipras para eventuais novas rodadas de negociações, o ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, deixou o governo. A saída da estrela do governo de extrema-esquerda foi vista com maus olhos pela militância, que festejou a vitória no referendo na noite de domingo.

A correspondente da RFI em Bruxelas, Letícia Fonseca, explica que o sacrifício de Varoufakis é uma sinalização aos parceiros europeus da boa-vontade grega em retomar as negociações. "Varoufakis anunciou sua renúncia hoje de manhã, poucas horas depois da vitória do 'não' e causou surpresa", conta Letícia.

"O ex-ministrou publicou em seu blog, que havia tomado conhecimento 'da preferência de certos membros do Eurogrupo e outros parceiros' por sua ausência nas negociações. Em Bruxelas, ele é considerado arrogante e bastante controvertido. Recentemente, ele comparou os credores internacionais a terroristas. Segundo Varoufakis, o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras concordou com a idéia de que sua ausência seria potencialmente benéfica para que se chegasse a um acordo".

Repercussão internacional

Quer dizer, apesar da vitória do "não", o Syriza começa essa nova fase forte com uma pequena derrota interna - a demissão certamente desagradará a ala mais à esquerda da sigla. Outra grande derrotada no referendo de ontem é a chanceler alemã, Angela Merkel. Para Letícia Fonseca, esse pode ser "o maior fracasso de Merkel desde que ela assumiu o poder há dez anos".

No fim da tarde desta segunda-feira, ela se reúne com o presidente francês, François Hollande, em Paris, para discutir o resultado do referendo. Apesar de chancelaria ter se restrito, num primeiro momento, a dizer que aceita o resultado do referendo, "a vitória do 'não' foi muito mal recebida na Alemanha", como explica Letícia.

"O ministro das Finanças alemão, Sigmar Gabriel disse que seria difícil imaginar novas negociacões com a Grécia depois da vitória do 'não'. Gabriel, que é também vice-chanceler e líder dos social democratas, acusou o governo grego de demolir as últimas pontes que poderiam levar a um acordo com a Europa. O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, declarou que o resultado é lamentável para o futuro da Grécia. Já o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker disse 'ter anotado' e respeita o resultado do referendo", relata Letícia Fonseca, de Bruxelas.

Para ouvir a íntegra do programa Linha Direta desta segunda-feira clique no link acima.

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