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Apesar da crise, setor do turismo da Grécia deve bater recorde de lucros esse ano

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A crise enfrentada pela Grécia prejudica vários setores no país, extremamente massacrado pelos anos de austeridade impostos pela União Europeia. Mas, até o momento, se algo segue intacto e vem até mesmo registrando um crescimento recorde é o setor do turismo, responsável por 20% do Produto Interno Bruto do país.

Turistas continuam a chegar em massa à Grécia, apesar da grave crise que o país enfrenta.
Turistas continuam a chegar em massa à Grécia, apesar da grave crise que o país enfrenta. REUTERS/Cathal McNaughton
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No ano passado, 17 milhões de turistas injetaram € 13 bilhões de euros na economia grega – um número que deve ser muito superior este ano. A Grécia deve bater o recorde de visitas em 2015 e espera receber 25 milhões de viajantes de todo o mundo.

De acordo com a agência de turismo Thomas Cook, o país é um dos três destinos mais preferidos dos europeus. Entre os turistas mais assíduos, estão os alemães, os britânicos e os franceses.

Mesmo com o anúncio do fechamento dos bancos gregos, estrangeiros continuam a desembarcar no país. Da França, a Grécia espera receber só neste verão um milhão e 500 mil turistas franceses.

Segundo Jean Brajon, diretor da agência francesa Héliades, especializada em turismo na Grécia, as reservas no primeiro semestre de 2015 tiveram um aumento de 30% em relação ao mesmo período do ano passado. "Isso mostra que a crise econômica, até agora, não assustou os turistas. Desde que houve o anúncio do fechamento dos bancos, há alguns dias, também não tivemos cancelamentos ou diminuição nas reservas. Os serviços nos hotéis continuam funcionando normalmente. Os transportes, tanto aviões, como barcos e ônibus, não passaram por nenhum problema. Então, os turistas não estão preocupados", diz.

Outra agência grega de turismo na França, a Grèce Sur Mesure, também bate recordes de reservas esse ano. "A dificuldade não é encontrar turistas, mas encontrar hotéis para hospedar todos os turistas que querem viajar à Grécia. E, claro, eles voltam felizes com a estadia e também com a impressão de viver esse momento único e fazer parte da história do país", conta o diretor Kostas Bourdos.

Filas nos bancos

Para evitar a liquidez dos bancos, o governo grego fechou as instituições bancárias do país na semana passada. Apenas os aposentados e pensionistas estão sendo atendidos essa semana. O restante da população é obrigada a recorrer aos caixas eletrônicos, onde podem retirar, no máximo € 60. Por isso, a recomendação das agências de turismo é que os viajantes levem dinheiro líquido para gastar no país.

Para a guia turística grega Mariana Verani, que trabalha em Atenas, esse é o maior problema enfrentado pelos turistas estrangeiros nesses últimos dias. "Os turistas não estão acostumados a viajar com dinheiro. Mas esse problema é relativo, porque os cartões de banco estrangeiros não têm limite de saque e os turistas podem continuar passando os cartões nos pagamentos. A dificuldade maior é realmente para os gregos, não para os estrangeiros", ressalta.

A agente de turismo brasileira Katia Orlik, que também mora na capital grega, lembra que, devido aos limites de saque nos bancos, o turismo interno deve sofrer prejuízos. "O turismo na Grécia não é movimento apenas pelos estrangeiros, mas pela população local também. Muitos gregos estão cancelando as férias de verão, que começam em julho no país. Eles não podem sair sem saber o que vai ser da Grécia daqui a uma semana", salienta.

50 mil brasileiros

De acordo com a Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), entre 40 e 50 mil brasileiros visitam a Grécia por ano. O presidente de Relações Internacionais da instituição, Leonel Rossi Junior, relata que os turistas brasileiros que viajam ao país não estão temerosos com a crise. "Nessa temporada de verão, a Grécia está completamente lotada. Os hotéis continuam funcionando normalmente, há muita segurança e não existe motivo para grandes preocupações para os turistas. A maior passeata em Atenas aconteceu na calma e contou com apenas 13 mil pessoas", relativiza.

Para Rossi Junior, não há dúvidas de que o país é um dos destinos mais interessantes da Europa nesse momento. "Os preços no país já estão muito baixos. Ao lado de Portugal, a Grécia é o local mais barato atualmente para fazer turismo. E como eles precisam dessa entrada de capital, os custos vão cair ainda mais no final da alta temporada, em setembro", reitera.

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