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Linha Direta

Neonazistas europeus causam tensão em festival dinamarquês

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Membros de grupos de extrema-direita da Holanda, Grécia, Itália e França podem estragar o clima normalmente amistoso do festival de política que começa nesta quinta-feira (11), na ilha de Borholm, na Dinamarca. O evento, que dura até domingo, reúne milhares de pessoas para debater ideias e temas políticos e será este ano cercado por um forte esquema de segurança devido ao temor de conflitos motivados pela presença dos militantes extremistas

Apesar da contestação, primeira-ministra dinamarquesa Helle Thorning-Schmidt confirmou que estará presenta no festival.
Apesar da contestação, primeira-ministra dinamarquesa Helle Thorning-Schmidt confirmou que estará presenta no festival. REUTERS/Mathias Loevgreen Bojesen/Scanpix
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Margareth Marmori, correspondente da RFI em Copenhague

Desde 2011, milhares de pessoas se reúnem uma vez por ano na ilha de Borholm para discutir política e visões para o futuro da Dinamarca. O evento, chamado de Reunião do Povo, é um verdadeiro festival aberto ao público e atrai líderes partidários, organizações da sociedade civil e personalidades empresariais e culturais.

Um dos convidados polêmicos do evento é o líder holandês de extrema-direita, Geert Wilders, chefe do Partido da Liberdade. Conhecido por suas posições xenófobas, o político participará no sábado de um debate sobre liberdade de expressão a convite da Associação Imprensa Livre. O holandês dividirá a mesa do debate com o jornalista dinamarquês Flemming Rose, que se tornou famoso por ter publicado charges do profeta Maomé no jornal Jyllands Posten, em 2005.

Também no sábado, o ex-general Georgios Epitideios, membro do partido neonazista Aurora Dourada, da Grécia, será a estrela de um debate organizado pelo Partido dos Dinamarqueses, um grupo de extrema-direita. Além do político grego, o francês Yvan Benedetti, representante do grupo Obra Francesa, e membros do partido Forza Nuova, da Itália, também confirmaram sua participação.

Segurança reforçada

As autoridades não revelaram quantos policiais foram convocados para garantir a segurança do evento mas, segundo o presidente da Associação de Policiais da Dinamarca, Claus Oxfeldt, o número deverá ser dez vezes maior do que no ano passado.

Desde o último final de semana, a ilha foi tomada por um forte esquema de segurança. Todos os carros e visitantes que chegam a Borholm estão sendo monitorados em busca de suspeitos e objetos que possam representar algum risco para o evento. Também há controle policial no aeroporto e portos locais e os moradores foram orientados a denunciar às autoridades a presença de pessoas consideradas suspeitas.

Apesar do contexto, os organizadores esperam que este ano o evento baterá o recorde de participação alcançado em 2014, quando mais de 22 mil pessoas por dia participaram dos mais de 2 mil eventos do festival. Apesar de estarem no meio de uma campanha eleitoral, a primeira-ministra Helle Thorning-Schmidt e líderes dos maiores partidos do país confirmaram presença.

Políticos dinamarqueses boicotaram o festival

O convite aos representantes de grupos europeus de extrema-direita não repercutiu bem entre os dinamarqueses. Alguns políticos anunciaram que não vão ao evento em sinal de protesto. Um abaixo-assinado contra a participação dos extremistas foi organizado pela entidade humanitária, a ActionAid, e reúne mais de 6 mil assinaturas.

O idealizador do evento, o ex-ministro e político liberal Bertel Haarder, também criticou o convite aos extremistas, mas conclamou os dinamarqueses a não desistirem de participar do evento. Para ele, seria lamentável se o festival, que foi criado para promover o debate aberto e democrático de ideias, perdesse público por causa de pessoas que defendem propostas antidemocráticas.

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