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Linha Direta

Britânicos votam em eleições mais acirradas dos últimos 20 anos

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Cerca de 50 milhões de eleitores britânicos devem votar nesta quinta-feira (7) nas eleições legislativas mais acirradas dos últimos 20 anos no país. As últimas pesquisas de intenção de voto apontam empate técnico entre os dois principais partidos. Os conservadores, liderados pelo atual primeiro-ministro David Cameron, e os Trabalhistas, do líder Ed Miliband, teriam cada um 35% das intenções de voto. O voto no Reino Unido não é obrigatório, mas os eleitores se mostraram muito mobilizados durante a campanha e nas primeiras horas da votação que começou às 6h e durará até as 22h.

Os britânicos votam hoje nas eleições legislativas da Grã-Bretanha.
Os britânicos votam hoje nas eleições legislativas da Grã-Bretanha. REUTERS/Stefan Wermuth
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Maria Luísa Cavalcanti, correspondente da RFI em Londres

A votação definirá as 650 cadeiras do Parlamento e, quem obtiver maioria, deverá formar um governo. Mas, se confirmados os prognósticos, nenhum partido terá maioria absoluta. A governabilidade dependerá, portanto, de sua capacidade de articulação com os partidos menores. A correspondente da RFI em Londres, Maria Luísa Cavalcanti, observa que "isso pode ser na forma de uma coalizão ou com acordos de apoio e concessões para votações futuras dentro do Parlamento. Essas alianças podem até significar que um partido em minoria consiga formar o governo".

Futuro em jogo

Neste cenário, Maria Luísa lembra que umas das frases mais repetidas durante a campanha foi que esta eleição "põe em jogo o futuro do Reino Unido". O pleito pode determinar "a identidade do país", ao tocar assuntos espinhosos, como o Sistema Público de Saúde (NHS, na sigla em inglês) e a permanência ou não da Grã-Bretanha na União Europeia.

"O governo David Cameron defende que alguns setores do NHS sejam passados para mãos de investidores particulares, uma ideia repudiada pelos partidos de oposição e por uma boa parte do eleitorado, que acredita que o NHS ofereceu mais igualdade aos britânicos e não deve ser mudado", analisa a correspondente. Com relação ao bloco europeu, as propostas também são antagônicas. Enquanto conservadores prometem um referendo sobre a permanência para 2017, trabalhistas defendem a manutenção do Reino Unido no bloco.

Panorama partidário

"Nesse contexto", observa Maria Luísa "destacaram-se muito o SNP, Partido Nacional Escocês, que defende uma melhor representatividade da Escócia; o Partido Verde, mais à esquerda, e o UKIP, o Partido pela Independência do Reino Unido, de linha nacionalista e ultraconservadora". A sigla de extrema-direita teve ascenção avassaladora e se sobrepôs à terceira maior força política do país, os liberais-democratas, que aparecem em quarto lugar nas pesquisas.

A correspondente destaca que "muitos analistas acreditam que o partido perdeu parte do seu eleitorado ao se unir aos conservadores em 2010. Então, eles devem perder assentos desta vez, mas ainda podem ter um papel decisivo. Até porque não está claro de que lado eles vão ficar agora, se dos conservadores ou dos trabalhistas".

Para ela, no entanto, quem pode de fato fazar a diferença neste contexto é o SNP que, "pela primeira vez deve conquistar cerca de 50 cadeiras e se tornar um bloco importante dentro do Parlamento. A líder do partido, Nicola Sturgeon, já declarou que seu objetivo é tirar os conservadores do poder. Mas o líder trabalhista, Ed Miliband, descartou uma coalisão com o SNP, por enquanto. Portanto, o Reino Unido ainda deve levar alguns dias para saber quem finalmente vai governar o país. Em 2010, a espera foi de cinco dias".
 

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