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Reportagem

Herbie Hancock fala sobre jazz e liberdade em Paris

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Mais de 20 estrelas da música subiram ao palco para celebrar o 30 de abril como Dia Internacional do Jazz. O pianista Herbie Hancock, lenda viva do jazz, participou de um debate na sede da Prefeitura de Paris com a ministra da Justiça, Christiane Taubira, e o baixista Marcus Miller em torno do tema “Jazz e liberdade”.

O baixista Marcus Miller, o pianista Herbie Hancock e a ministra Christiane Taubira em mesa redonda no Hôtel de Ville, a sede da prefeitura de Paris
O baixista Marcus Miller, o pianista Herbie Hancock e a ministra Christiane Taubira em mesa redonda no Hôtel de Ville, a sede da prefeitura de Paris Viviane Yanagui
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Viviane Yanagui, colaboração para RFI

Este ano, depois da mítica Nova Orleans, nos Estados Unidos, de Osaka, no Japão, e de Istambul, na Turquia, a capital francesa foi escolhida para ser a sede do Dia do Jazz. O evento é promovido pela Unesco com o objetivo de incentivar a aproximação entre culturas e a paz.

Além de Herbie Hancock e Marcus Miller, marcaram presença no evento o saxofonista Wayne Shorter, o cantor Al Jarreau, o baixista Avishai Cohen, a cantora e pianista brasileira Eliane Elias, entre outros grandes nomes do jazz mundial. Embaixador da boa vontade da Unesco, Herbie Hancock defende o jazz como língua universal de compreensão entre as pessoas. “O jazz sempre envolve um sentimento de ética. Os músicos estão sempre tentando tornar a música melhor, sem julgar uns aos outros. Porque uma vez que você começa a julgar o que o outro fez, o sentimento da música acaba”, declarou durante a mesa redonda com a ministra da Justiça.

Para Christiane Taubira, a força do jazz vem do seu nascimento. “O jazz fala ao mundo inteiro porque é uma música que foi criada no sofrimento, vem da opressão e da escravidão. Ao mesmo tempo, ela mostra a que ponto a força da vida é muito superior a todas as violências, à morte e ao desejo de morte”, disse. A ministra da Justiça francesa revelou que escuta jazz todas as noites e que é fã dos músicos que a acompanharam no debate.

Além do megaconcerto na sede da Unesco, dos debates e ateliês de improvisação, Paris recebeu mais de 30 shows gratuitos em bares e clubes, abrigos e até estações de trem. Charlotte é estudante de Engenharia na cidade de Saint-Etienne, no sudeste da França. Hoje ela não se importou em esperar para viajar. “Hoje em dia as pessoas são muito individualistas. Então é muito bom ter algo que as reúna e que as deixe felizes”, reflete, na estação Gare de L’Est, ao som de um bom piano.

Brasil também comemora

O Brasil não ficou de fora das comemorações do Dia Internacional do Jazz. Lá em Pelotas, no interior do Rio Grande do Sul, um cortejo de músicos terminou com um show coletivo na praça da cidade.

Para o organizador e músico Gustavo Barbosa, o Dia do Jazz é uma chance de promover a igualdade: “Tem uma frase do Herbie Hancock em que ele diz que o jazz não são armas e sangue, mas harmonia. É justamente isto, possibilitarmos que todas as classes sociais tenham contato com esse tipo de música. Ficamos muito felizes com a proposta porque coincide com a nossa causa aqui, em Pelotas.”

Harlem Hellfighters

A França é reconhecida por ser a segunda pátria do jazz, depois dos Estados Unidos. O nascimento do estilo no país remonta à chegada do batalhão americano Harlem Hellfighters por aqui, em 1917. A infantaria, apenas de soldados negros, compunha a banda militar responsável por apresentar o ragtime ao Velho Mundo.

Durante os loucos anos 20, o entusiasmo pela música afro-americana tomava conta de Paris. No fim da década, surgia a primeira geração de jazzistas franceses. Com eles, Django Reinhardt, responsável por forjar o primeiro estilo de jazz surgido fora dos Estados Unidos: o manouche. Desde então, o jazz só multiplicou estilos e aficcionados.

Assista ao concerto do Dia Internacional do Jazz 2015 ocorrido na sede da Unesco, em Paris, neste 30 de abril:

http://live.jazzday.com/
 

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