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Objetos conectados pela internet trazem muitas ameaças à sociedade

Os riscos que representam os produtos interconectados, também chamados de “inteligentes”, é o tema de uma ampla reportagem do jornal francês Le Parisien desta segunda-feira (6). O avanço da tecnologia traz comodidade, mas também diversas ameaças para a sociedade, alerta o diário.

Pesquisa revela que até 2020, cada francês terá, em média, 30 objetos conectados.
Pesquisa revela que até 2020, cada francês terá, em média, 30 objetos conectados. Pixabay
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Segundo o jornal Le Parisien, a possibilidade de conectar diversos objetos através da internet segue a tendência natural da evolução tecnológica e atende a demanda de um mercado promissor com crescimento exponencial.

Em um futuro muito próximo, carros, televisão, geladeiras, alarmes e até relógios estarão todos conectados entre si para facilitar o nosso dia a dia e trazer conforto, destaca Le Parisien. O artigo cita a pesquisa do instituto americano GfK que revela: até 2020, os franceses terão quase dois bilhões de objetos interconectados, ou seja, 30 objetos em média para cada habitante.

Mas, por outro lado, afirma Le Parisien, esse universo cibernético traz com ele riscos de uma onda de crimes virtuais. Quem faz o alerta é a Europol em seu último relatório anual. A polícia europeia acredita no surgimento de novas formas de chantagens e métodos de extorsão, além de roubos sofisticados de dados, riscos de danos corporais e até mortes.

Como exemplo, o jornal cita um eventual uso incorreto de um desfibrilador. Concebido para enviar estímulos ao coração durante um infarto, ele pode matar a vítima se não der a descarga elétrica correta, principalmente quando manipulado à distância.

Segurança ainda é muito falha

O jornal comenta ainda que um especialista americano acaba de publicar um livro com 440 páginas sobre todas as ameaças que pairam sobre a sociedade. Le Parisien comenta que, futuramente, não estão descartados riscos de alguém conseguir, à distância, dirigir um veículo, controlar um equipamento e se infiltrar em instalações sensíveis. Os criminosos cibernéticos têm até uma espécie de Google só para eles, o Shodan, que permite identificar sites e terminais de computadores vulneráveis.

Outro dado assustador, segundo o jornal, é que o fabricante de material de informática Hewlett-Packard admitiu que 70% dos objetos conectados têm algum tipo de falha. "Muitos (especialistas) confirmam que o atual nível de segurança dos objetos conectados é bem insuficiente", escreve o diário.

Antes que o mercado de objetivos interconectados se expanda, é preciso uma tomada de consciência sobre os riscos para que os objetos não se transformem em armas, defende Le Parisien.

Em entrevista ao jornal, o chefe do departamento da polícia francesa para assuntos relacionados à cibercriminalidade, Philippe Mirabaud, alerta que os objetos conectados podem ser pirateados por hackers para enviar vírus e infectar redes inteiras de informática.

Segundo ele, uma cooperação internacional é necessária para lutar contra redes criminosas, e o setor industrial é o mais exposto a este tipo de ameaça. Mirabaud alerta para os usuários de objetos conectados à internet desconfiarem de mensagens suspeitas. E o governo, defende, deve estimular os fabricantes a aumentar o nível de segurança dos produtos ligados à internet.
 

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