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Brasil/Política

Para jornais europeus, protestos contra Dilma mobilizaram eleitores de classe média e de direita

As manifestações no Brasil ganharam destaque em vários sites de jornais, rádios e televisões europeias. A mobilização de 1,5 milhão de pessoas contra o governo da presidente Dilma é a manchete comum da cobertura.

Manifestantes protestam contra o governo Dilma.
Manifestantes protestam contra o governo Dilma. REUTERS/Paulo Whitaker
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Na França, a edição on-line do jornal Le Figaro escreve que na maior manifestação no país, desde a contestação social de 2013, os participantes pediram a destituição da presidente, desestabilizada pelas medidas de austeridade e pelos escândalos de corrupção.

Segundo o jornal, a mobilização "monstro" em São Paulo, reduto da oposição, aconteceu de maneira pacífica, como em outras 74 cidades do país. Ao comparar com as manifestações históricas de 2013, lançadas por jovens de classe média contra a corrupção e os custos da Copa, Le Figaro afirma que as de ontem (15) mobilizaram principalmente eleitores de direita.

Para o diário econômico Les Echos, os brasileiros foram às ruas protestar contra a degradação da situação econômica do país. Do total de pessoas que foram às ruas, o jornal destacou que 1 milhão de pessoas lotaram a avenida Paulista com camisetas e cartazes pedindo "Basta!" e defendendo o impeachment da presidente.

No Rio de Janeiro, militantes pediram intervenção militar para pôr fim a 12 anos de governo do PT, exatamente no dia em que o Brasil celebrava os 30 anos da redemocratização, notou o diário.

Na Inglaterra, The Guardian destacou que a mobilização no Rio reuniu milhares de pessoas, principalmente "brancas da classe média", pedindo troca no comando do país apenas cinco meses depois da reeleição de Dilma Roussef. Um dos cartazes escritos em inglês pedia que as Forças Armadas livrassem o país do comunismo.

O italiano Corriere della Sera exibe um vídeo com imagens de milhares de pessoas nas ruas do Rio para pedir a demissão de Dilma Rousseff. O diário afirma que na origem do protesto está o escândalo da Petrobras, particularmente depois da abertura de investigação contra políticos beneficiários do esquema.

Para o espanhol El País, o Brasil "foi às ruas contra a política de Dilma Rousseff". O correspondente do jornal entrevistou vários manifestantes em São Paulo, que disseram estar convencidos de que a presidente sabia da corrupção na estatal brasileira de petróleo. Para El País, as pessoas que lotaram a avenida Paulista pertencem "à classe média mais educada, mais preparada e melhor informada sobre o país".

O jornal estima que o "incontestável sucesso da mobilização põe uma pedra perigosa no telhado de um governo já, por si mesmo, fragilizado".

Em entrevista à Rádio França Internacional, o cientista político francês Stéphane Montclaire disse que as manifestações mostraram o vigor da democracia brasileira. E que os brasileiros souberam expressar nas ruas o seu descontentamento sobre vários problemas.

 

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