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Linha Direta

Poluição faz Madri recorrer a rodízio a partir de março

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A prefeitura de Madri vai restringir o tráfico de veículos pela metade no centro da cidade em dias de pico de poluição. O ambicioso plano, que entra em vigor no dia 1º de março próximo, quer combater a crescente contaminação do ar na capital espanhola, que causa 2 mil mortes por ano.

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Luisa Belchior, correspondente da RFI Brasil em Madri

Em primeiro lugar,  o plano só será ativado quando a prefeitura registrar dois dias seguidos de índices de dióxido de nitrogênio acima do nível de alerta. Esse gás, que irrita os pulmões e reduz a resistência respiratória, é emitido na combustão de motores a diesel e é o principal causador da poluição em Madri, que tem 3,2 milhões de habitantes e 1,6 milhão de veículos.

Nesses dias, e até que o índice volte ao nível normal, apenas carros de placas com final par ou ímpar, dependendo do dia, poderão circular nas ruas da região central. Além disso, veículos que não sejam de moradores previamente registrados não poderão circular por ruas do centro histórico da cidade. A prefeitura vai emitir recomendações para que cidadãos não façam esportes ao ar livre e vai reduzir o limite de velocidade nas estradas de acesso à Madri para 70 quilômetros por hora.

Prevenção

Por enquanto, trata-se de uma medida preventiva, porque Madri até hoje não ultrapassou por mais de dois dias o nível de alerta, quando há mais de 400 microgramas de dióxido de nitrogênio por metro cúbico, segundo as normas da União Europeia.

Mas há anos a cidade, a sexta capital europeia mais poluída vem registrando recordes nos níveis de poluição que, segundo a ONG Ecologistas em Ação, causam 2 mil mortos por ano. Isso porque, além de ter um clima seco que facilita a concentração da contaminação atmosférica, Madri teve aumento na circulação de carros antigos. Por conta da crise, pessoas deixaram de trocar de carro, e dobrou o número de carros antigos, que emitem mais dióxido de nitrogêneo.

Em 2013, a Uniãi Europeia  recomendou à capital espanhola mais rigidez nas medidas de redução de contaminação atmosférica.  No início deste mês, a prefeitura da cidade anunciou então o novo protocolo de atuação, que entra em vigor no dia 1º de março.

Agora, além desse plano, Madri também vem tentando restringir a circulação de carros no centro em dias normais.
Este é outro ambicioso e polêmico plano da prefeitura de Madri. Ele entrou em vigor no dia 1º de janeiro deste ano, e ele aumenta em 25% o número de ruas no centro nas quais apenas carros de moradores registrados podem circular. Além disso, desde julho do ano passado parquímetros instalados no centro aplicam multas aos veículos que nåo renovam os motores com maior nível de contaminação, como os carros à diesel anteriores a 2006 ou os movidos à gasolina com mais de 15 anos.

Reação da população

Em geral, esses planos afetam pouco a população, que depende em grande maioria do transporte público. Madri, vale lembrar, tem um dos melhores sistemas de ônibus e metrô entre as capitais da Europa, em uma avaliação proporcional ao seu número de habitantes. A rede é também uma das mais novas e modernas.
Mas quem vive e circula pelo centro tem se queixado que o plano alimenta uma indústria de multas crescente que, segundo acusações de moradores, o governo local tem usado para sanear as contas públicas. A prefeitura de Madri é uma das dez mais endividadas do país. Já a oposição afirma que, caso seja ativado, o plano pode gerar uma situação caótica para o centro da cidade.

 

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