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Falta de clareza sobre objetivos de Putin na Ucrânia perturba europeus

A crise na Ucrânia é a principal manchete internacional nos jornais desta segunda-feira (9), com chamadas de capa no Libération, Le Figaro e Les Echos.

Vladimir Putin e Angela Merkel.
Vladimir Putin e Angela Merkel. media.worldbulletin.net
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O diário econômico Les Echos questiona quais são os objetivos do presidente russo, Vladimir Putin, no leste da Ucrânia. Depois de ouvir vários analistas, Les Echos afirma que o maior problema nesse conflito é que ninguém sabe os reais objetivos do chefe do Kremlin. "O presidente francês e a chanceler alemã não conseguem fechar um acordo de paz porque algumas exigências de Putin são conhecidas e outras variam no tempo", explica Les Echos.

Sabe-se que o presidente russo não vai capitular diante do que ele chama de "agressões dos Estados Unidos", assim como não vai aceitar que a Otan chegue até as fronteiras da Rússia, afirma Vladislav Sourkov, um assessor especial de Putin.

De acordo com o presidente do Instituto de Estudos Estratégicos de Moscou, Alexander Konovalov, o Kremlin busca "congelar" o conflito no estado atual, isto é, com os separatistas ocupando o leste da Ucrânia. A principal meta seria manter a tensão local.

A intenção de Putin não seria anexar a região do Dombass, como ele fez com a Crimeia, mas apenas marcar uma presença incômoda. Enquanto não houver clareza sobre a estratégia de Putin a longo prazo, os europeus ficam sujeitos ao vaivém tático de Putin, lamenta Les Echos.

Para Merkel, Rússia é indispensável à Europa

O jornal conservador Le Figaro destaca o papel de Angela Merkel nas negociações com o Kremlin. "A chanceler alemã fará tudo para obter uma solução diplomática à crise ucraniana", acredita Le Figaro. Na visão de Merkel, segundo o jornal, a segurança na Europa passa pela Rússia. Por mais complicado que pareça o diálogo com Putin, a líder alemã lutará para manter laços estreitos com Moscou.

O jornal de esquerda Libération considera que a cúpula prevista quarta-feira em Minsk, na Bielarus, entre os presidentes da Rússia, Ucrânia, França e Alemanha, foi um passo importante alcançado neste fim de semana. Sem que se conheça o conteúdo das conversas, diplomatas vão se reunir hoje e amanhã em Berlim para detalhar um acordo de paz.

Em linhas gerais, o texto deve propor um cessar-fogo imediato, a criação de uma zona desmilitarizada, a retirada de armas pesadas e de forças "estrangeiras", ou seja, soldados russos, além de estabelecer um modo de controle da fronteira russo-ucraniana e um regime administrativo especial para as regiões de Donetsk e Lugansk, preservando a integridade territorial da Ucrânia.

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