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Linha Direta

Estrutura digital da Coreia do Norte ainda é mistério para ocidentais

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Esta semana, Coreia do Norte e Estados Unidos estão no centro de uma disputa desencadeada por um cyberataque contra a empresa Sony Pictures. A comédia “A Entrevista”, uma ficção sobre a tentativa de assassinato do líder norte-coreano Kim Jon-un, foi lançada sem incidentes, mas provocou a fúria de Pyongyang.

Dennis Lavalle, do elenco do filme "The Interview", com o cartaz do filme no Regency Theatres, em Los Angeles, no dia 25 de dezembro de 2014.
Dennis Lavalle, do elenco do filme "The Interview", com o cartaz do filme no Regency Theatres, em Los Angeles, no dia 25 de dezembro de 2014. REUTERS/Kevork Djansezian
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Luiza Duarte, correspondente da RFI na Ásia,

No início da semana, a Coreia do Norte se recusou a participar da primeira reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas dedicada à situação dos Direitos Humanos no país. Em seguida, o país ficando várias horas sem acesso, lançando a suspeita de um possível cyberataque como represália.

Não há confirmação de que o episódio tenha sido provocado por um cyberataque. Alguns analistas chegam a cogitar que o próprio regime de Pyongyang possa ter desligado intencionalmente o sistema. O fato é que a falta de acesso à internet aconteceu durante uma semana em que a Coreia do Norte está no centro de uma polêmica com os Estados Unidos.

A Casa Branca e o departamento de Estado Americano preferiram não comentar a pane no sistema. Depois de nove horas sem internet, a conexão foi reestabelecida. A Coreia do Norte está entre os países que têm menos acesso on line, com apenas cerca de mil endereços conectados à rede, usados principalmente por altos funcionários do governo. Durante o "apagão", sites como o da agência estatal de notícias norte-coreana e do principal jornal do país ficaram fora do ar.

Pyongyang na mira dos americanos

Na última sexta-feira (19), o presidente americano, Barack Obama, acusou a Coreia do Norte de ser o responsável pela invasão do sistema interno de computadores da multinacional japonesa Sony Pictures, com sede na Califórnia, e prometeu retaliar.

O grupo de hackers "Guardiões da Paz", na origem da pirataria informática, também lançou ameaças contra os cinemas que exibissem a comédia “A Entrevista”. Depois de Washington criticar a decisão da empresa de cancelar o lançamento, a empresa voltou atrás. O longa chegou sem incidentes às salas de cinema americanas na quinta-feira (25).

Estrutura digital da Coreia do Norte

Embora informações sobre a Coreia do Norte sejam escassas e sobretudo difíceis de confirmar, sabe-se que o país possui uma sólida estrutura digital e que o novo governo de Kim Jong-un tem priorizado tecnologia, segurança e capacidade nuclear.

Especialistas em segurança sul-coreanos garantem que Pyongyang tem formado uma equipe que eles chamam de "guerreiros cibernéticos''. Dissidentes, confirmam que o país há anos tem investido em uma sofisticada célula de guerra cibernética batizada de Bureau 121.

O dispositivo é comandado pela agência militar de espionagem e é operado pelos melhores especialistas de computação no país. Os hackers seriam contratados assim que são formados pelas melhores escolas de informática, atraídos com salários altos e privilégios.

Envolvimento da China

Especialistas apontam que o sistema de conexão do país precisa do apoio da China em diversos aspectos. Os chineses alimentam uma boa relação com Pyongyang. Mas, em declaração essa semana, o governo chinês condenou todo tipo de cyberataque.

A vizinha Coreia do sul observa atenda o desenrolar do caso. Na terça-feira (23), o governo local intensificou a cyber segurança do país, depois de vazamentos de dados de uma das suas centrais nucleares. Seul pediu a cooperação da China, já que hackers teriam usado uma conexão chinesa para realizar o ataque.

O país não descarta a participação dos norte-coreanos no roubo de informações. Entre 2009 e 2013, o governo sul-coreano já acusou seis vezes seu vizinho de ser responsável por cyberataques em seu território.
 

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