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Linha Direta

Natal é celebrado em Belém, entre tensão e paz

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O Natal é de celebrações mas também de tensão na Terra Santa, berço do cristianismo. Milhares de peregrinos comemoram em paz em Belém, na Cisjordânia, mas na fronteira de Israel com a Faixa de Gaza, há violência.  

Patriarca de Jerusalém, Fouad Twal, carrega uma estatueta do Menino Jesus durante a celebração de Natal na Igreja da Natividade em Belém, neste 25 de dezembro de 2014.
Patriarca de Jerusalém, Fouad Twal, carrega uma estatueta do Menino Jesus durante a celebração de Natal na Igreja da Natividade em Belém, neste 25 de dezembro de 2014. REUTERS/Ammar Awad
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Daniela Kresch, correspondente da RFI Brasil em Tel Aviv

O clima é de fraternidade e de celebração em cidades sagradas para o cristianismo como Jerusalém e Nazaré, mas principalmente em Belém, cidade onde, segundo a tradição cristã, Jesus nasceu.

Desde ontem (24), mais de 15 mil peregrinos do mundo todo lotam os 48 hoteis de Belém, celebrando o nascimento de Cristo na praça da manjedoura, enfeitada por uma árvore de natal de 10 metros de altura.

Mas o ponto alto aconteceu à meia-noite, 20h no horário de Brasília, em Brasília, com a tradicional Missa do Galo celebrada na Igreja de Natividade, que marca o local exato do nascimento de Jesus.

A missa controu com a presença dos líderes religiosos e políticos, como o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.

Mais cedo, houve a tradicional procissão de Jerusalém até Belém liderada pelo patriarca latino de Jerusalém, Fouad Twal, a principal autoridade da Igreja Católica na Terra Santa.

O patriarca desejou que 2015 seja melhor que este ano e que sejam construídas pontes para a paz no Oriente Médio.

Clima de festa

O clima festivo não se reflete tanto neste ano quanto nos anos anteriores.

A perspectiva é de que o número de turistas em visita a Belém durante todo o mês de dezembro caia de 120 mil no ano passado para 100 mil este ano.

Uma queda de 17% que se reflete numa atividade menor para a economia dessa cidade de 35 mil habitantes onde uma em cada cinco pessoas está abaixo do nível de pobreza.

O motivo da queda é, sem dúvida, o conflito de 50 dias entre Israel e o grupo islâmico palestino Hamas, em julho e agosto deste ano, que afugentou os turistas em todo a região.

Nem a visita do Papa Francisco a Belém, em maio deste ano, ajudou a melhorar os dados.

Mesmo assim, toda a Cisjordânia e Jjerusalém oriental viveram uma década de florescimento turístico.

Em 2001, por exemplo, só 100 mil pessoas visitaram os territórios palestinos, enquanto que em 2014 esse número deve chegar a mais de dois milhões e meio.

Vigilância

Para evitar confrontos violentos, a Autoridade Nacional Palestina enviou mais de 500 policiais para fazer a segurança dos fiéis e evitar tumultos.

Não foi registrado nenhum incidente grave e o clima é em geral de paz, mas ontem (24) houve uma manifestação de palestinos contra Israel num principal posto de controle que separa Jerusalém de Belém.

Cerca de 80 manifestantes vestidos de Papai Noel lançaram pedras contra os soldados, reclamando da ocupação dos territórios palestinos e principalmente do chamado muro da Cisjordânia, que isola o norte de Belém e limita o ir-e-vir dos moradores.

Conflitos

O espírito natalino não parece fazer efeito na fronteira entre Israel e Gaza, a 75 quilômetros de Belém.

Quatro meses depois do fim do mais recente conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas, as coisas parecem começar a esquentar de novo.

Um incidente ontem entre franco-atiradores palestinos e soldados israelenses deixou um comandante do Hamas morto e um soldado israelense em estado grave.

Israel diz que os atiradores abriram fogo primeiro; já o Hamas afirma que os soldados é que comecaram.

Na sexta-feira passada (19), um foguete de Gaza atingiu Israel pela primeira vez desde o fim do conflito.

Tudo isso junto faz muita gente temer um novo conflito em breve.
 

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