Polícia de Nova York usa câmera nos uniformes após morte de vendedor ambulante negro
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Cerca de 60 policiais de Nova York vão trabalhar, a partir desta sexta-feira (5), com uma câmera filmando todas suas ações. Essa é uma das ações anunciadas pelo prefeito Bill de Blasio como resposta aos protestos contra a violência de policiais, como a que levou à morte do vendedor ambulante negro Eric Garner. Informações de Luisa Leme, correspondente da RFI em Nova York.
O uso de câmeras instaladas nos uniformes é apenas uma das medidas das autoridades de Nova York, que conta implementar um programa de treinamento completo da polícia. A nova série de reformas começa com mais de 20 mil oficiais, que passarão por uma formação de três dias a partir de janeiro. De acordo com o prefeito, os policiais vão aprender como escutar mais e se comunicar melhor com a comunidade, sem necessariamente usar a força.
De Blasio disse que a medida é um começo de resposta às manifestações, e que “o relacionamento entre polícia e a comunidade tem que mudar” na cidade. O prefeito, que tem uma família bi-racial e um filho adolescente negro, disse que essa é uma questão pessoal importante para muitas famílias no país. Ele disse que “todos precisam saber que serão respeitados pela polícia e tratados da mesma maneira, independentemente de quem sejam.”
“Vidas negras importam tanto quanto vidas brancas,” disse o prefeito, que foi imediatamente criticado pelo sindicato dos policiais da NYPD. De Blasio fez campanha sobre mudanças estruturais na polícia e as práticas contestadas de alguns oficiais, como o “stop and frisk” (abordagem de jovens negros e latinos de maneira violenta).
Governo quer investigar o caso de Eric Garner
O governador Andrew Cuomo já disse que é preciso analisar o sistema jurídico que tem absolvido a maioria de policiais envolvidos em casos de brutalidade, como o de Eric Garner, em Nova York, e Michael Brown, em Ferguson. O procurador geral da república, Eric H. Holder Jr., afirmou que vai abrir sua própria investigação sobre o caso.
Além do processo na justiça federal, a família de Garner entrou com uma ação contra a cidade de Nova York e pede U$S 75 milhões por danos morais.
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