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Linha Direta

Pesquisas apontam Netanyahu como favorito para ser novamente premiê de Israel

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O parlamento israelense aprovou nesta quarta-feira (4) a dissolução do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, abrindo caminho para novas eleições gerais. A corrida eleitoral começa, no entanto, em meio a mais violência entre israelenses e palestinos. Pesquisas apontam Netanyahu como favorito absoluto para ser novamente primeiro-ministro.

O parlamento israelense aprovou ontem a dissolução do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
O parlamento israelense aprovou ontem a dissolução do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. REUTERS/Baz Ratner
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Correspondente da RFI em Tel Aviv, Daniela Kresch.

Antes mesmo da votação de ontem no Knesset, o Parlamento israelense, líderes partidários decidiram que o novo pleito será no dia 17 de março, daqui a pouco mais de três meses.

O país entra, então, em uma corrida eleitoral intensa a partir de agora, ou melhor, a partir de segunda-feira (8), quando a dissolução do governo será aprovada formalmente em todas as instâncias. Essa será a sétima ida às urnas dos israelenses em 20 anos, numa média de uma eleição a cada dois anos e oito meses.

O governo atual durou apenas 20 meses. Isso evidencia uma instabilidade política que começou depois que os grandes e tradicionais partidos, o Likud, de direita, e o Partido Trabalhista, de esquerda, que dominavam a política nacional até os anos 90, perderam força e outras dezenas de pequenas legendas entraram no jogo político.

Agora, o partido que ganha mais votos precisa fazer alianças com outras legendas e essas alianças nem sempre se sustentam.

Causas da dissolução

Pois foi o próprio Netanyahu que decidiu dissolver seu governo, quando, na terça-feira, demitiu dois de seus principais aliados de coalizão, os ministros das Finanças Yair Lapid, do Partido “Há Futuro”, e da Justiça, Tzipi Livni, do Partido “O Movimento”.

As demissões, seguidas da renúncia de mais seis ministros, foram o que levou à dissolução do governo. Quer dizer, ninguém derrubou o conservador Netanyahu. Ele é que decidiu desmantelar a atual coalizão na esperança de que seja novamente eleito e possa fazer uma aliança de governo com outros partidos conservadores como ele, menos rebeldes.

Netanyahu acusou Yair Lapid e Tzipi Livni, ambos de orientação de centro ou de esquerda, de traição e de criticá-lo demais publicamente. Ele disse, por exemplo, que a ministra da Justiça demissionária se encontrou com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, à sua revelia.

E também acusou tanto ela quanto o ministro demissionário das Finanças de boicotarem a polêmica Lei da Nacionalidade, que definiria Israel como “Estado-nação dos Judeus”. A votação da lei, que Netanyahu tanto queria aprovar, foi adiada duas vezes e agora deve ser engavetada.

Pesquisas eleitorais

Apenas uma pesquisa foi feita até agora, do Canal 2 de TV, que apontou Netanyahu como favorito absoluto para ser novamente primeiro-ministro. Mas seu partido, o Likud, só receberia, segundo a pesquisa, 22 cadeiras das 120 do Parlamento, três a mais do que tem hoje, mas ainda muito pouco para o Likud poder governar sem fazer alianças.

Em Israel, o primeiro-ministro é do partido que mais recebe votos para o Parlamento, mas ele precisa receber 61 das 120 cadeiras, senão terá que fazer uma coalizão para chegar a esse número e poder governar.

Então, se nada mudar na corrida eleitoral, Netanyahu deve se reeleger, mas terá que procurar outros partidos, talvez as legendas formadas por ultra-ortodoxos e de extrema-direita.

Isso leva a crer que o próximo governo israelense talvez seja mais direitista do que o atual, que tinha aliados mais à esquerda.

Violência em Jerusalém

A tensão continua em Jerusalém com mais um atentado de palestinos contra israelenses nos arredores da cidade. Dessa vez, um palestino de 16 anos entrou em um supermercado e atacou clientes israelenses com uma faca, ferindo dois idosos.

Um segurança que estava dentro do supermercado atirou nas pernas do palestino, que foi preso. Desde outubro, uma série de atentados cometidos por palestinos, com 11 mortos até agora, têm piorado a convivência entre árabes e judeus, já abalada desde junho depois de uma série de incidentes violentos e da guerra entre Israel e o grupo islâmico Hamas, da Faixa de Gaza.
 

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