Polícia do Egito reprime protestos após justiça inocentar Mubarak
Neste sábado (29), no Cairo, a polícia e o exército do Egito dispersaram cerca de mil manifestantes que estavam na Praça Tahrir. Eles protestavam contra a decisão da Justiça de inocentar o ex-presidente Hosni Mubarak, acusado de cumplicidade na morte de 800 manifestantes em 2011, em plena revolta popular.
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Indignados, homens e mulheres se reuniram na Praça Tahrir, local mítico da chamada "Revolução do Nilo", chorando, gritando e exibindo cartazes e fotografias dos manifestantes mortos durante a violenta repressão policial em 2011, na Primavera Árabe. Muitos se atiraram no chão, com as mãos na cabeça, inconformados com o abandono das acusações contra o ex-presidente.
Os policiais cercaram a Praça e utilizaram gás lacrimogênio e canhões de água para dispersar a multidão revoltada. Vestidos como civis, eles também perseguiram os manifestantes nas ruas e prenderam várias pessoas, que foram levadas em camburões para as delegacias.
Correntes de protestos
No início, estavam na Praça Tahrir somente os militantes laicos que gritavam injustiça diante da decisão de Mubarak ser inocentado. Em seguida, chegaram os partidários da Irmandade Muçulmana, à qual pertence Mohamed Morsi, primeiro presidente eleito democraticamente depois da queda de Mubarak. Morsi foi destituído pelo exército em julho de 2013 e está preso até hoje, em local ignorado.
Os membros da Irmandade Muçulmana começaram a atirar pedras nos soldados, o que desencadeou a operação para esvaziar a praça.
O ex-general do exército e atual presidente, Abdel Fattah al-Sissi, que destituiu Morsi, é acusado de instaurar um regime mais autoritário do que o de Moubarak.
Mais de 1.400 manifestantes islamitas da Irmandade Muçulmana foram mortos e centenas estão presos.
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