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G20/Economia

G20 termina com metas para economia mundial crescer acima de 2%

Apesar da conjuntura econômica mundial morosa, os países do G20 se comprometaram a metas ambiciosas após os dois dias de Cúpula em Brisbane, na Austrália. Entre os compromissos firmados na declaração final do encontro estão:  maior crescimento da economia, maior transparência fiscal, mais igualdade entre homens e mulheres e mais segurança energética. A presidente Dilma Rousseff considerou a reunião "importante", mas criticou a demora na retomada do cresceimento mundial.

Cúpula do G20 na Austrália que terminou neste domingo (16) em Brisbane, Austrália.
Cúpula do G20 na Austrália que terminou neste domingo (16) em Brisbane, Austrália. REUTERS/Jason Reed
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Com colaboração de Luiza Duarte, correspondente da RFI, em Brisbane,

Os membros do G20, que representam 85% da riqueza mundial, anunciaram, em nota oficial, que querem crescer 2,1% acima das previsões até 2018. Meta ambiciosa, que supera o objetivo fixado este ano pela reunião dos ministros das Finanças das 20 maiores economias do mundo. Um esforço concentrado para retomar o crescimento e gerar empregos. 

As medidas em favor do comércio mundial, da concorrência e para os futuros investimentos deverão fazer o PIB Mundial "crescer mais de 2 trilhões de dólares e criar milhões de novos empregos", segundo o comunicado final.

Para se chegar a esse objetivo, acima da previsão de 2% estabelecida anteriormente, será criada principalmente uma plataforma de apoio a investimentos em infraestrutura para favorecer a comunicação entre os governos, setor privado e bancos de desenvolvimento. "Os benefícios serão sentidos no mundio inteiro", declarou o primeiro-ministro australiano Tony Abott, anfitrião do encontro.

O Banco Mundial e ONGs como a Oxfam saudaram o apoio visando reduzir a pobreza no mundo. Os chefes de Estado e de governo do G20 também discutiram o problema da transparência financeira, tema que se tornou sensível depois da revelação do escândalo conhecido como LuxLeaks, sobre as práticas fiscais de Luxemburgo.

O G20 afirmou neste domingo encorajar os esforços da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) para combater os acordos envolvendo empresas multinacionais com governos para pagar menos impostos.

No documento, o grupo de países defendeu como objetivo uma "transparência" sobre uma prática fiscal que permite a uma empresa perguntar como sua situação fiscal será tratada. O G20 considera essa prática "nefasta" e, segundo diplomatas ouvidos pela AFP, foi alvo de negociações difíceis para entrar na declaração final da reunião.

ONGs especializadas disseram que o G20 reconhece as falhas no sistema financeiro, mas ignora as verdadeiras soluções. Outro compromisso feito pelo grupo foi o reforço na cooperação para o setor de energia, cujas modalidades serão definidas em 2015. O objetivo será de garantir mais estabilidade aos mercados energéticos.

O G20 também concordou em tentar reduzir de 25% até 2025 a diferença entre os índices de emprego para homens e mulheres, a fim de permitir que mais de 100 milhões de mulheres possam ingressar na população economicamente ativa.

Críticas da Presidente Dilma Rousseff

E seu balanço sobre os dois dias de reuniões do G20, a presidente considerou o encontro importante, mas criticou a demora da economia global para superar a crise. Todos os países apresentaram propostas para acelerar a economia em um total de 900 iniciativas.

Para o governo brasileiro, há pouca demanda por parte das grandes potências, que como a União Europeia, registram taxas de crescimento pequenas. O desafio é estimular os mercados em um contexto de economias integradas.

À margem da reunião de Cúpula, a presidente se reuniu com o líder chinês, Xi Jinping. Com o maior parceiro comercial do país, foram ratificados os acordos anunciados durante a visita de Estado do presidente da China, em julho, ao Brasil. O embargo à carne brasileira, em vigor desde 2012, foi suspenso e a partir deste domingo, o produto pode voltar aos supermercados do gigante asiático. 

Antes de voltar para o Brasil, Dilma falou por volta de meia hora com jornalistas e comentou pela primeira vez a nova etapa da operação Lava Jato da Polícia Federal, que prendeu funcionários da Petrobrás e executivos de empreiteiras. Para presidente o escândalo será um marco na história do país:"Nós tivemos o primeiro escândalo da nossa história investigado. Eu acho que isso pode de fato mudar o país para sempre. Em que sentido? No sentido que vai se acabar com a impunidade”.

Dilma Rousseff nao quis comentar a reforma ministerial. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, acompanhou a presidente no encontro do G20 e disse que seu substituto ainda não foi definido. Em uma entrevista com os jornalistas, ele indicou que o governo estuda fazer os cortes no orçamento para manter a meta de superávit primário acima de 2%. 

"Os cortes não estão prontos ainda. Estão em estudo e vamos anunciar no momento certo", disse o ministro. "Nós vamos fazer cortes em despesas que estão crescendo mais que o normal. Vamos mudar o ritmo dessa despesa, mas não vou falar de nenhuma agora. Não vou falar de medidas que não estão prontas e não foram ainda aprovadas", justificou.

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