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Músicos africanos lançam canções de prevenção ao ebola

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Vários cantores e grupos lançam músicas para conscientizar a população sobre as formas de prevenção e para alertar sobre os riscos do Ebola. Entre eles estão nomes estrelados, como Tiken Jah Fakoly; Salif Keita e Mory Kanté.

O cantor de reggae da Costa do Marfim Tiken Jah Fakoly se reuniu com outros músicos famosos para gravar a canção “Africa Stop Ebola”.
O cantor de reggae da Costa do Marfim Tiken Jah Fakoly se reuniu com outros músicos famosos para gravar a canção “Africa Stop Ebola”. Reprodução https://www.facebook.com/pages/Africa-Stop-Ebola
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A letal epidemia de ebola, que já provocou quase 5 mil mortes, está levando vários cantores de países da África Ocidental, zona afetada pelo vírus, a gravar canções para conscientizar a população sobre as formas de prevenção e para alertar sobre os riscos da doença.

O cantor de reggae da Costa do Marfim Tiken Jah Fakoly, muito popular na região e na Europa por suas letras de conteúdo político, se reuniu com outros músicos famosos para gravar a canção “Africa Stop Ebola”. A letra traz verdadeiras recomendações médicas, como “não toque os doentes ou os mortos”, “não dê apertos de mão” e “confie nos médicos”.

Entre as vozes estão as de Salif Keita, Oumou Sangaré, Amadou e Miriam, Sékou Kouyaté e do rapper francês Mokobé. Eles cantam em francês, inglês e em línguas nativas. O vídeo, que já teve mais de 50 mil visualizações no You Tube, lembra o formato utilizado pelas campanhas musicais dos anos 1980 para levantar fundos para países em situação de risco, como o USA for Africa, com a emblemática canção “We Are the World”.

O cantor Mory Kanté, da Guiné, país afetado pela epidemia, conta em entrevista como foi a gravação: “Foi feita com muita paixão. Estávamos todos animados, motivados. Todos estavam realmente juntos, e sentimos, gravando a canção, que estamos fazendo algo verdadeiramente importante para nós mesmos e para a África”.

Para o músico da Guiné-Bissau Sidónio Pais, que mora em Paris, a música é o veículo ideal para educar a população sobre o tema. “Eu acho que a música é um bom veículo, sobretudo falando da África Ocidental, que tem uma tradição muito oral.”

Ele mesmo está participando de um projeto do governo da Guiné, que vai reunir músicos de diversos países da África Ocidental no estúdio Grande Armée, em Paris, para gravar uma canção sobre a prevenção à doença. O projeto é encabeçado pela cantora Monique Séka, da Costa do Marfim, e reúne nomes como Alpha Blondy e Magic System, também da Costa do Marfim, e Sekouba Bambino, da Guiné. A canção, uma mistura de soul e blues, terá letra em português, francês e línguas nativas, como lingala e mandiga.

Outra iniciativa parecida partiu do coletivo de rappers Y’en a marre, formado em 2011 no Senegal, para incitar os jovens a votar e para lutar contra as oligarquias. Com a canção “Stop Ebola”, que reuniu os principais nomes da cena hip hop do país, eles pretendem alertar a população sobre a epidemia.

Alguns músicos inclusive consultaram profissionais da área de saúde para escrever suas letras. Foi o caso do nigeriano Groundzero, que, em sua canção “Ebola Rap”, dá recomendações como “não esfregar o corpo com sal ou pimenta” porque, diz a letra, “para o ebola não há remédio”. O cantor liberiano Shadow também deu a sua contribuição, com a canção “Ebola in Town”, com dicas para evitar o contágio.

Para Fredi Quijano, professor de epidemiologia da Universidade de São Paulo, a música contribui para aumentar a conscientização sobre uma epidemia em marcha que está dizimando milhares de vidas.

“A música e todos os mecanismos que possam chamar atenção das pessoas podem ter um grande impacto no controle da transmissão. Eu acho que todas as formas, mesmo sendo difícil medir a magnitude dos seus impactos, são importantes para complementar as medidas tomadas pelos países afetados.”

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