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Ashura/Muçulmanos

Milhares de muçulmanos xiitas participam da festa da Ashura

Milhares de fieis muçulmanos, a maioria do Líbano, Iraque, Irã, Índia, Paquistão e Afeganistão, participaram nesta terça-feira (4) das comemorações da festa da Ashura, principal data do calendário islâmico. No Líbano, uma procissão contou com centenas de pessoas na periferia de Beirute, lideradas pelo grupo xiita Hezbollah. No Irã, protestos antiamericanos foram realizados na capital Teerã. Neste ano, a Ashura coincide com o 35° aniversário da tomada da antiga embaixada dos Estados Unidos.

Fieis xiitas se autoflagelam durante a festa da Ashura em Kabul, no Afeganistão.
Fieis xiitas se autoflagelam durante a festa da Ashura em Kabul, no Afeganistão. REUTERS/Omar Sobhani
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Na festa da Ashura, os muçulmanos xiitas lembram a morte do imã Hussein, massacrado no ano 680 pelo califa Yazid, em um marco da divisão da religião islâmica entre os dois grandes ramos: sunita, majoritário, e xiita, minoritário.

Durante as celebrações, fieis xiitas se autoflagelam a fim de lembrar o martírio do imã. Milhões de peregrinos se dirigem a Kerbala, no Iraque, onde ocorreu a morte de Hussein e está localizado seu santuário.

Irã

Centenas de iranianos protestaram diante da antiga embaixada norte-americana em Teerã nesta terça-feira (4). O 35° aniversário da tomada da representação dos Estados Unidos no país coincide este ano com as comemorações da Ashura. A libertação em 1981 dos diplomatas americanos, detidos como reféns no Irã durante cerca de um ano e três meses, foi recentemente retratada no filme "Argo", de Ben Affleck, que ganhou o Oscar de melhor filme em 2013.

Imagens da televisão estatal mostram os manifestantes gritando “morte aos Estados Unidos!” e “morte a Israel”. Bandeiras norte-americanas, israelenses e britânicas foram queimadas.

Alguns participantes do protesto seguravam maquetes de máquinas que servem para enriquecer urânio. As negociações sobre a questão nuclear entre os países ocidentais e o Irã devem recomeçar no próximo domingo em Omã.

“Vim para denunciar a opressão, a injustiça, e a crueldade dos Estados Unidos”, disse um manifestante diante do antigo prédio da embaixada norte-americana.

O local foi invadido em novembro de 1979 por estudantes fieis ao aitolá Sayyid Ruhollah Khomeini, fundador do Estado Islâmico moderno. Os diplomatas norte-americanos foram mantidos como reféns durante 444 dias. A relação entre os dois países foi interrompida logo depois do incidente.

Líbano

A Ashura também é celebrada com grandes manifestações no Líbano, particularmente pela presença do grupo xiita Hezbollah, assim como em outros países de maioria muçulmana. O líder da organização, Sayyed Hassan Nasrallah, fez um apelo ontem para que os xiitas participassem das comemorações.

Sob alta segurança, milhares de libaneses se reuniram hoje na periferia de Beirute para as celebrações. Homens, mulheres e crianças vestidos de preto, em sinal de luto, participaram de uma imensa procissão.

Nasrralah ratificou nesta terça-feira a determinação do Hezbollah de lutar contra os extremistas sunitas do grupo Estado Islâmico na Síria e no Iraque. O líder faz raras aparições públicas, mas discursou diante de milhares de partidários reunidos na capital libanesa para a Ashura.

“Esses traidores não têm futuro. Eles serão vencidos em todas as regiões, em todos os países. E nós teremos a honra de ser aqueles que ocasionamos sua derrota”, disse o líder do Hezbollah.

Segurança reforçada

Incidentes violentos em torno da festa são frequentes. A segurança foi reforçada hoje no Iraque para as celebrações da Ashura.

O risco de atentados do grupo Estado Islâmico levou o governo iraquiano a mobilizar 25 mil soldados e policiais, além de 1.500 voluntários de milícias xiitas durante a peregrinação à cidade de Kerbala.

Cinco mortos na Arábia Saudita

Ontem, cinco pessoas foram assassinadas por homens encapuzados na Arábia Saudita, em Al Dalouah, uma localidade de maioria xiita. Nove pessoas ficaram feridas.

O ataque foi realizado durante as comemorações da Ashura no local. Al Dalouah é um dos principais centros da comunidade xiita saudita, país de maioria sunita.

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