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Linha Direta

Baixa popularidade de Obama pode influenciar eleições de meio mandato nos EUA

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Os norte-americanos vão às urnas nesta terça-feira (4) para renovar a Câmara, um terço do Senado, eleger governadores e votar em mais de 100 referendos. Muitos apostam que a baixa popularidade do presidente Barack Obama poder ter um impacto nestas eleições de meio mandato. A oposição republicana tem grandes chances de controlar as duas casas do Congresso – o que não acontece desde 2005.

Presidente norte-americano, Barack Obama, em campanha pelo candidato a governador do Estado da Pensilvânia, Tom Wolf, no último domingo (2).
Presidente norte-americano, Barack Obama, em campanha pelo candidato a governador do Estado da Pensilvânia, Tom Wolf, no último domingo (2). REUTERS/Larry Downing
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Raquel Krähenbühl, correspondente da RFI em Washington

Pesquisas indicam que o Partido Republicano deve expandir ainda mais a maioria na Câmara e ficar com pelo menos 243 cadeiras. Hoje a ala conservadora tem 234 assentos e os democratas contam com 199.
Do outro lado do Capitólio, o Partido Democrata corre o risco de perder o controle.

Os republicanos têm pelo menos 70% de chance de ganhar a maioria do Senado pela primeira vez desde 2006. A expectativa é que a oposição fique com 53 cadeiras – hoje com 45 assentos e os democratas, com 53.

Os dois partidos podem ser obrigados a esperar até o próximo mês ou até janeiro para saber quem vai controlar o Senado já que há previsões para um segundo turno nos Estados da Geórgia e da Louisiana.

Baixa participação

O voto nos Estados Unidos não é obrigatório e, normalmente, um número menor de eleitores comparece às eleições de meio mandato – que acontecem sempre na metade do mandato presidencial. Esse ano 90 milhões devem votar – isso é menos de 40% do eleitorado do país.

A votação, realizada em uma terça-feira, limita o número dos eleitores que podem comparecer às urnas. Quem deseja votar precisa conciliar este compromisso com o traballho. Em um país onde a maioria dos cidadãos só recebe por horas trabalhadas, não são todos que podem se dar ao luxo de abrir mão de parte do salário para escolher seus candidatos.

Além disso, em quase metade do país, estão em vigor leis que exigem a apresentação de documento com foto no dia da eleição. E muitos, especialmente os negros e os mais pobres, não possuem um documento. Nos EUA não existe um documento nacional de identificação e a responsabilidade de providenciar um é do cidadão - que muitas vezes nem pode arcar com os custos.

Outra restrição é imposta aos criminosos. Em quatro Estados americanos, pessoas condenadas por algum crime são proibidas de votar, mesmo depois de saíram da prisão. E isso pode ter um grande impacto na população já que o sistema carcerário norte-americano é o mais populoso do mundo - com mais de dois milhões e 200 mil pessoas atrás das grades.

Baixa popularidade

A baixa popularidade do presidente Obama – que agora tem apenas cerca de 40% de aprovação – deve refletir nas urnas nessa terça-feira. Os republicanos aproveitam esta situação e usam temas como a política externa, a economia e a polêmica do sistema de saúde "Obamacare" para conquistar os eleitores frustrados.

Mas, apesar da baixa popularidade do presidente, desde a Segunda Guerra Mundial o partido do chefe de Estado no governo perde, em média, 25 cadeiras na Câmara e cerca de quatro no Senado nas eleições de meio mandato.

Muitos defendem o fim destas eleições, argumentando que elas são prejudiciais para a política norte-americana, que acabam enfraquecendo o presidente e atrapalhando o avanço da agenda do governo.

Disputas nos Estados

Além das 435 cadeiras da Câmara e de 33 das 100 cadeiras do Senado, também está em jogo governos de várias cidades e de 36 dos 50 Estados.

Em Maine, o democrata Mike Michaud pode ser o primeiro governador abertamente gay do país, se conseguir derrubar o atual republicano Paul Lepage. Na Georgia, o neto do ex- presidente Jimmy Carter, Jason Carter, quer romper a hegemonia republicana no Estado.

As principais disputas acontecem nos Estados da Flórida, Pensilvânia, Michigan, Illinois, Arkansas, Wisconsin, Ohio, Texas, Colorado e Maine. Os resultados podem ser um forte indicador do que deve acontecer em 2016.

Referendos

Mais de 100 referendos em vários Estados também serão realizados nesta terça-feira sobre os mais variados temas - desde o aumento do salário mínimo em quatro Estados, como Alaska e Arkansas, até o controle na venda de armas em Washington.

No Distrito de Columbia, 65% dos eleitores devem apoiar a medida que legaliza a posse de maconha e o cultivo para o uso pessoal.

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