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Fato em Foco

Governo terá novos velhos desafios pela frente

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O governo do Brasil vai ter grandes desafios pela frente, novos ou não. Representantes dos setores de educação, saúde, direitos de indígenas e de deficientes físicos falam a respeito, a seguir.

Com vitória apertada, Dilma é reeleita para presidência do Brasil
Com vitória apertada, Dilma é reeleita para presidência do Brasil REUTERS/Ueslei Marcelino
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A médica Elena de Carvalho Stenfeld fala que o principal problema da saúde pública é a falta de investimentos:

“A situação não é boa, é inadequada e vem caindo há vários anos. Faltam investimentos na infra-estrutura física, com áreas específicas para fazer curativos, para atendimento – que implica em risco de infecção. Também falta material de trabalho: medicamentos, luvas, fio de sutura etc. Falta pessoal, desde técnico e auxiliar de enfermagem, enfermeira, médico, operador de raio X. A população cresce e portanto, a assistência à saúde também precisa acompanhar o ritmo”.

Carlos Roberto Medeiros Cardoso é professor e diretor de uma escola na periferia de São Paulo:

“Um problema gritante é a mercantilização da educação. Não existe um modelo progressista, inclusive o PT tem na cidade de São Paulo um modelo conservador. A questão agora é avançar na implementação da aplicação de recursos dos 10% do PIB e conseguir uma maior autonomia das escolas, ou seja, de democratização da escola. A educação atual é muito servil ao sistema, aos interesses do capital.”

Vanessa Yara Gonçalves é analista de documentação e deficiente física:

“O estatuto da pessoa com deficiência física existe, pelo menos em relação a cotas nas empresas, existe desde 1984, mas só passou a ser cumprida no governo Lula. É importante que isso se mantenha. Acho também importante que os espaços educacionais levem em conta a mobilidade e as necessidades das pessoas com deficiência. A saúde é outra questão que ficou de lado nas últimas gestões, com relação a produtos voltados à adaptação. Tem ainda a questão de impostos – houve por exemplo a liberação de impostos para carros, mas falta para a adaptação de elevadores, por exemplo, ou para produtos muito específicos importados.”

O sociólogo e professor Emerson Guarani Ñandeva fala sobre a questão indígena:

“No ano que vem, os direitos indígenas vão ser confrontados pela bancada ruralista, que cresceu muito. Sem uma reforma política, a representividade indígena vai continuar ‘zero’, não há um representante indígena no congresso nacional. É preciso começar a discutir a questão da PEC 215, o projeto de emenda constitucional que pretende alterar o artigo 231, que garante os direitos das terras indígenas. As decisões passariam para o legislativo. Você perde o presidente da República e todos os dispositivos, como Funai, e outros processos regulatorios como principais referências da defesa dos direitos dos territórios indígenas no Brasil.

 

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