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França/Síria

Quase mil franceses participam de ações jihadistas, diz ministro

O ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, declarou que 930 cidadãos franceses e residentes no país estão envolvidos em operações jihadistas na Síria e no Iraque. Em entrevista ao Journal du Dimanche neste domingo (14), Cazeneuve reconhece que a situação é “grave”.

Sete suspeitos de ligação com grupos jihadistas são presos em Estrasbourgo, na França.
Sete suspeitos de ligação com grupos jihadistas são presos em Estrasbourgo, na França. DR
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O número de participantes franceses em grupos de jihadistas nunca esteve tão alto. Entre abril e julho deste ano, esse total de franceses cresceu 56%. Pelos cálculos do Ministério do Interior, 350 pessoas, incluindo 60 mulheres, já estão atuando na Síria ou no Iraque, 180 viajaram para a região recentemente e 230 expressaram a vontade de participar de combates jihadistas.

Nesses cálculos do governo, entram ainda pessoas que foram detidas no retorno à França, suspeitos que já foram indiciados e combatentes mortos na Síria. “Estamos encarando uma ameaça inédita. (…) Hoje, na Síria, e sobretudo no Iraque, grupos terroristas tentam se apoderar dos meios do Estado para semearem o terror e a barbárie. Eles recrutam cidadãos da União Europeia para treiná-los para perpetrar atos terroristas, inclusive nos seus países de origem”, afirma o ministro do Interior francês. “A situação atual é grave", resumiu.

A rapidez do aliciamento de jihadistas no território francês, sobretudo entre os jovens, assusta as autoridades. Em março de 2013, apenas cerca de 50 franceses estavam envolvidos em operações de grupos extremistas no Oriente Médio. Hoje, com quase mil participantes, a França é o país europeu com o número mais elevado de combatentes na jihad. O Reino Unido, segundo dados compilados pela revista The Economist, aparece em segundo lugar com 400 jihadistas, seguido pela Alemanha (270) e pela Bélgica (250).

Luta contra o recrutamento de jihadistas

De acordo com Cazeneuve, pelo menos 70 pessoas não conseguiram embarcar na França com destino à Síria graças a um sistema de alerta. Um número de telefone – uma espécie de disque-denúncia– e uma página na internet servem para informar sobre os planos de viagem que têm como objetivo integrar grupos jihadistas. “Diariamente, a ação dos nossos serviços de polícia e de inteligência lutam para responder a essas ameaças”, declarou o ministro. O monitoramento da web, é aliás, uma das principais estratégias. “A internet não pode se tornar o último refúgio da barbárie”, disse Cazeneuve.

Além de tentar impedir a viagem de eventuais combatentes jihadistas, as autoridades francesas também mantêm sob vigilância aqueles que retornaram ao país depois de uma temporada no Oriente Médio. O ministro informou que o governo planeja implementar um “processo jurídico rápido para todos os atos relativos à legislação antiterrorista”. Atualmente, 350 pessoas se encontram nessa categoria na França.

 

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