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Linha Direta

"Sim" no referendo escocês pode impulsionar independência na Catalunha

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Nesta quinta-feira 11 de setembro milhares de catalães foram às ruas para comemorar o Dia Nacional da Catalunha (a chamada “Diada da Catalunha”) para reivindicar o plebiscito, marcado para daqui a dois meses, sobre a independência desta região da Espanha. Analistas também acreditam que, um resultado positivo na consulta popular na Escócia, possa dar um impulso ao processo espanhol.

Celebração do Dia da Catalunha acontece, esta quinta-feira, 11 de setembro. Foto: Monumento de Rafael Casanova em Barcelona.
Celebração do Dia da Catalunha acontece, esta quinta-feira, 11 de setembro. Foto: Monumento de Rafael Casanova em Barcelona. Flikcr/ Creative Commons.
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Fina Iñiguez, correspondente da RFI na Espanha

De acordo com os organizadores, 1,8 milhão de pessoas participaram da concentração em Barcelona. Já as autoridades ligadas ao governo central estimaram o número de separatistas entre 470 mil e 520 mil . Elas formaram um enorme “V” (de “vitória” e de “votar”) no centro da cidade. Ele simboliza a determinação dos catalães para que o plebiscito sobre o futuro da região aconteça no dia 9 de novembro e, também, para manifestar o apoio popular à independência da Catalunha.

Em entrevista ao jornal Financial Times, o presidente do governo catalão, Artur Mas, disse que um "sim" ao referendo escocês pode dar um impulso ao processo na Catalunha. De acordo com ele, os europeus deverão aceitar os resultados do referendo escocês. Além disso, as negociações entre Londres, Edimburgo e Bruxelas para manter a Escٕócia dentro da União Europeia vão começar muito rapidamente, o que será muito importante para a Catalunha.

Mas, contrariamente ao referendo escocês, autorizado por Londres, o processo na Catalunha não é aceito pelo premiê espanhol, Mariano Rajoy, que o considera ilegal. Mas o líder catalão afirma que a consulta vai ser feita com base em uma lei regional. E Rajoy rebate avisando que o Tribunal Constitucional espanhol é o que tem a última palavra e vai se manifestar, certamente contra o plebiscito, no final do mês.

Presidente catalão espera pressão da comunidade internacional

O presidente do governo catalão espera que a comunidade internacional pressione Rajoy a encontrar uma solução para a Catalunha, especialmente se a Escócia votar pela independência na próxima semana. Há também posturas mais radicais, como a do presidente do partido separatista catalão ERC, Oriol Junqueras. Ele defende a desobediência civil, caso o governo espanhol proíba a consulta soberanista.

Nesta segunda-feira acontecem cerca de 50 ações contrárias à independência da Catalunha, entre elasTarragona, uma das províncias da Catalunha, e a de Madri, com a presença de personalidades do mundo da cultura. Entre elas o Nobel de Literatura Mario Vargas Llosa e o diretor de teatro catalão Albert Boadella, além de políticos de partidos nacionais contrários ao plebiscito.Nenhum dos eventos contra a independência terá do impacto da concentração de Barcelona, que conta também com o apoio de numerosos famosos catalães, como o ex-técnico do Barcelona Pep Guardiola ou o tenor José Carreras.

Sim ou não?

De acordo com as últimas pesquisas publicadas pelo jornal El País, cerca de 45% dos entrevistados é favorável ao plebiscito, mas só se for aprovado pelo Tribunal Constitucional Espanhol, ou seja, só se for legal. Apenas 23% apoia a consulta, mesmo ilegalmente, e apenas 1/3 dos entrevistados acha possível a independência da Catalunha num futuro próximo.

A chamada “terceira vía” defendida pelo partido socialista também ganhou adeptos: 42% dos entrevistados quer mais poderes para a Catalunha sem declarar a independência. Ou seja, preferem um estado federalista. E só 19% quer que as coisas continuem como estão.

 

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