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Linha Direta

Nicolás Maduro anuncia mudanças para tentar salvar economia do país

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Na Venezuela, Nicolás Maduro anunciou nesta quarta-feira (2) mudanças em diversos gabinetes ministeriais em busca de "uma revolução dentro da revolução." De acordo com o presidente, o governo trabalha para "ter uma economia sã e articulada” frente a uma “guerra econômica, política e de sabotagem". Embora o país não divulgue a taxa da inflação e os índices de escassez, avaliações extraoficiais apontam que a economia da Venezuela está bastante fragilizada.

Importante remanejamento ministerial anunciado pelo presidente da Venezuela, Nicolas Maduro.
Importante remanejamento ministerial anunciado pelo presidente da Venezuela, Nicolas Maduro. REUTERS/Miraflores Palace/Handout via Reuters
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Elianah Jorge, correspondente da RFI na Venezuela

A mudança mais surpreendente foi a de Rafael Ramírez, que estava à frente do ministério de Petróleo e Minas e foi substituído pelo primo do ex-presidente Hugo Chávez, Asdrúbal Chávez. Ramírez, que acumulava o cargo de vice-presidente de Economia e também a presidência da estatal Petróleos da Venezuela (PDVSA), passa a ser ministro de Relações Exteriores e também vice-presidente de Soberania Política.

Elías Jaua, o anterior chanceler, assume como ministro de Comunas e Movimento Social. Para comandar o setor da Saúde, que está em convulsão no país, Maduro nominou Nancy Pérez. À frente da PDVSA estará Eulogio Del Pino. No ministério da Alimentação, assume Ivan Jose Bello, o terceiro ministro que assume a pasta neste ano.

De acordo com o presidente, a principal função de Bello é "limpar elementos de corrupção". Maduro anunciou fusões para "combinar quadros", caso do ministério de Habitação e Eco-socialismo. O mesmo aconteceu com o ministério de Educação Universitária que foi conectado aos de Ciência e Tecnologia, da mesma forma que o da Juventude com o de Esporte. Também foi criada a vice-presidência de Economia e Finanças. O presidente manteve os cargos dos ministros de Indústria, Interior e Justiça, Assuntos Penitenciários, Defesa, Mulher, Comunicação, Planejamento e Comércio.

Presidente defende necessidade de radicalizar "Revolução do Século 21"

O presidente também apontou a necessidade de fazer grandes mudanças, como a necessidade de radicalizar ainda mais a chamada Revolução do Século 21, destacou que a primeira delas é na área econômica com a "Venezuela potência". A segunda é a revolução do conhecimento, que deverá ter o apoio dos estudantes do país. A terceira é a revolução das missões socialistas para construir uma nova sociedade. Com a quarta, na área política, Maduro quer construir um estado democrático popular. A quinta visa a revolução do eco-socialismo, com a revolução do socialismo territorial e consolidação do estado comunal.

Analistas afirmam que Maduro fez apenas uma dança das cadeiras e que estas mudanças não vão alterar positivamente o panorama político-econômico do país. A tendência é que não haja uma decisão para controlar a inflação, que é uma das mais altas do mundo.

A questão da escassez, que há meses faz com que os venezuelanos madruguem em filas na porta dos supermercados, tampouco foi tratada, da mesma forma que a necessidade que a Venezuela tem de produzir para satisfazer a demanda interna de produtos básicos. A recente decisão de fechar a fronteira com a Colômbia durante a noite para frear o contrabando de alimentos e combustíveis tem tido resultados, mas não ao ponto de conseguir equilibrar o abastecimento em todo o território venezuelano.

Popularidade de Maduro cai para 35% nos últimos meses

De acordo com uma pesquisa do Instituto Datanálisis, a popularidade de Maduro caiu para 35% nos últimos meses. Já a concorrente Hinterlaces afirma que o presidente perdeu 18 pontos nos últimos nove meses de governo. Nicolás Maduro gerou polêmica quando anunciou há poucos dias que será instalado o sistema digital de racionamento, chamado pelo governo de sistema biométrico, no qual o consumidor terá que se identificar através da impressão digital toda vez que for comprar um dos 23 itens da lista dos produtos racionados da cesta básica. Esta medida, descrita por ele como um sistema “libertador”, passa a vigorar em 20 de novembro deste ano. O aumento da gasolina é outro tema bastante comum por aqui e que está sendo tratado com muito cuidado pelo governo.
 

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