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Brasil ainda tem que avançar em termos de educação, dizem especialistas

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Essa quinta-feira (7) marca o Dia Internacional da Educação. A data, que também é celebrada no mês de abril, é o momento de analisar os avanços do setor no mundo. Em países como o Brasil, onde o assunto é apresentado pelos governantes como uma prioridade, um dos principais desafios é se adaptar ao impacto das tecnologias de informação na aprendizagem, e diminuir a precariedade dos professores para melhorar a qualidade do ensino.

Professores brasileiros trabalham em várias escolas para compensar os baixos salários.
Professores brasileiros trabalham em várias escolas para compensar os baixos salários. Flickr/ Creative Commons
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De acordo com o Anuário Brasileiro da Educação Básica de 2014, editado pela organização Todos pela Educação, atualmente 93,8% das crianças e adolescentes na faixa etária de 6 a 14 anos estão frequentando o ensino fundamental no Brasil. O estudo também aponta que 15,4% dos jovens entre 18 e 24 anos estavam matriculados em universidades em 2012, quando os dados foram coletados. No caso das universidades, o resultado representa um avanço importante comparado aos parcos 6% de 1995, mas ainda está a meio caminho dos 33% almejados pelo governo. Já programas como o Ciências sem Fronteiras, que abriram as portas do mundo para milhares de pesquisadores, que puderam aprofundar seus conhecimentos estudando no exterior, são alvo de elogios, mesmo se alguns especialistas ressaltam que a prioridade deveria ser o investimento no ensino fundamental.

Para Patrícia Konder Lins e Silva, vice-presidente da Associação Brasileira de Educação (ABE), ainda há muito a ser feito no Brasil, principalmente com a mudança que o uso das novas tecnologias provocou na aprendizagem. “Há uma defasagem entre as crianças mais carentes e as que têm acesso à todos os dispositivos tecnológicos”, comenta a professora, lembrando que esses instrumentos mudaram a própria concepção da escola, que deixa de ser a grande provedora de conhecimento. “Todas as informações que a escola oferece hoje estão nos sites de busca e se tornam obsoletas a cada momento por causa do aumento exponencial do conhecimento que essas tecnologias incentivam”.

Professores precários

Mas a desigualdade no acesso e na qualidade do ensino no Brasil também passa pelas melhores condições de trabalho dos professores. Principalmente quando se sabe, como ressaltou um relatório divulgado na semana passada pelo Banco Mundial, que os alunos brasileiros perdem 10% das aulas por causa dos atrasos dos docentes, muitas vezes obrigados a ministrar aulas em várias escolas diferentes para compensar os baixos salários. Um desperdício de tempo que, segundo o estudo, é quase inexistente em países desenvolvidos.

Maria Izabel Azevedo Noronha, presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP), lembra que diminuir essa precariedade da categoria é uma das prioridades do Plano Nacional de Educação. Lançado pelo governo federal, o projeto prevê um conjunto de metas visando melhorar o ensino no país nos próximos dez anos. “Nossa esperança é que esse plano seja implementado, principalmente a meta 17, que prevê uma valorização dos profissionais da educação, para que o professor tenha uma remuneração equivalente ao salário médio dos demais profissionais com a mesma formação”, explica. “No caso de São Paulo, por exemplo, se fossemos seguir essa meta, o salário médio necessário seria de R$ 4.237 por 40 horas de trabalho, enquanto que, atualmente, o salário médio é de R$ 2.422, ou seja, é muito baixo”, analisa a professora.

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