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MH17/Ucrânia

Holanda pede que Putin ajude a recuperar corpos do voo MH17

O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, conversou neste sábado (19) com o presidente russo, Vladimir Putin, por telefone para pedir que ele interceda junto aos rebeldes pró-russos que controlam a região no leste da Ucrânia onde o voo MH17 da Malaysia Airlines caiu na quinta-feira, a fim de que os corpos das vítimas possam ser recuperados. Principais suspeitos da queda da aeronave, os separatistas impedem que investigadores internacionais acessem o local do acidente.

Rebelde pró-russo faz a guarda da região onde caiu o voo MH17 da Malaysia Airlines, em Grabove, no leste da Ucrânia.
Rebelde pró-russo faz a guarda da região onde caiu o voo MH17 da Malaysia Airlines, em Grabove, no leste da Ucrânia. REUTERS/Maxim Zmeyev
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Rutte se disse chocado com as imagens as quais assistiu pela televisão na manhã deste sábado e que ainda mostravam restos mortais dos passageiros, pertences e destroços da aeronave espalhados no local onde o avião caiu, em Grabove, no leste da Ucrânia. “Putin deve mostrar ao mundo e à Holanda que fará o que esperamos dele”, declarou Rutte.

Em Kiev, durante um encontro com o presidente ucraniano Petro Porochenko, o chefe da diplomacia holandesa, Frans Timmermans, também se disse “indignado” pela permanência dos corpos no local do acidente, 48 horas após a tragédia. Entre as quase 300 vítimas da catástrofe, 192 eram de nacionalidade holandesa.

Investigadores têm acesso limitado ao local

Ontem e hoje, cerca de 30 investigadores da OSCE (Organização pela Segurança e Cooperação na Europa), primeira equipe internacional a chegar ao local, obtiveram um acesso “limitado” ao local do acidente. Em uma região de vários quilômetros, corpos das vítimas ainda permanecem espalhados entre pertences como malas, roupas, passaportes e destroços do avião. Testemunhas relatam que o odor começa a ficar insuportável na região.

O secretário de Estado americano, John Kerry, conversou hoje por telefone com o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, a quem exprimiu sua “profunda preocupação” sobre a tensão no leste da Ucrânia. Ambos concordaram em utilizar sua influência para encerrar as hostilidades na região.

Kerry e Lavrov também concordaram sobre a urgência de realizar investigações abertas e independentes sobre a queda do voo MH17 da Malaysia Airlines e que todas as evidências sobre o acidente, incluindo as caixas-pretas, fiquem disponíveis para a inspeção internacional. “Os Estados Unidos estão muito preocupados pelo fato de que, pelo segundo dia consecutivo, os investigadores internacionais são impedidos de acessar de forma adequada o local do acidente”, diz um documento divulgado por Washington após a conferência telefônica entre os dois líderes.

Destruição de provas

Mais cedo, o governo ucraniano acusou os rebeldes pró-Rússia, principais suspeitos de terem abatido o avião com um lançamento de um míssil, de tentar destruir as provas do acidente. Em uma declaração oficial, Kiev disse que “os terroristas transportaram 38 corpos de vítimas para o necrotério de Donetsk, onde especialistas com sotaque russo afirmam que vão conduzir as autópsias”. O comunicado acrescentou que os separatistas “estão transportando os restos do avião para a Rússia”.

Nesta tarde, a Rússia criticou as acusações do presidente americano Barack Obama sobre a responsabilidade dos rebeldes pró-russos pela queda do avião. O vice-ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Riabkov, declarou que a percepção de Washington sobre o conflito no leste da Ucrânia é "profundamente aberrante". Ele se disse perplexo com a versão norte-americana da catástrofe e que a visão de Washington pode influenciar os resultados da investigação.

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