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Planeta Verde

Organização da ONU diz que já é hora de se prevenir do El Niño

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Institutos de climatologia de vários países avaliam em 80% as chances de ocorrência do fenômeno El Niño nos últimos meses deste ano, de intensidade provavelmente moderada. O fenômeno não costuma deixar boas lembranças, ao aumentar a incidência dos eventos climáticos extremos, como secas e enchentes. A Organização Meteorológica Mundial (OMM) alerta que já é hora de começar a se preparar para o a chegada do fenômeno.

Um morador pegando água no lago Las Canoas a 59 quilômetros de Managua, Nicarágua, durante seca.
Um morador pegando água no lago Las Canoas a 59 quilômetros de Managua, Nicarágua, durante seca. Reuters/Oswaldo Rivas/Files
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O evento climático acontece devido ao aumento da temperatura do Pacífico tropical central e oriental, que afeta o padrão dos ventos. O El Niño se repete a cada dois a sete anos.

Quase todas as regiões do mundo costumam ser afetadas. O alerta é dado principalmente para a Indonésia, a Austrália, os Estados Unidos e o Canadá, além da costa oeste da América do Sul.

Maxx Dilley, diretor de Previsões Climáticas e Impactos da OMM, afirma que quanto mais tempo o fenômeno demora para se manifestar, como é o caso atualmente, menos intenso ele será. Mas nem por isso os efeitos são irrelevantes.

“Quando você tem um El Niño, mesmo um fraco, ele pode gerar condições muito secas no tempo ou até estiagem. Ou seja, até um El Niño moderado ou fraco terá esse efeito no clima na Ásia, e semelhante do leste até a costa oeste da América do Sul, onde agora temos ar subindo ao invés de descendo”, observa.

Efeitos no Brasil

No Brasil, a região que mais levanta preocupações é a nordeste, que em 2012 e 2013
já sofreu a pior seca dos últimos 80 anos. O El Niño costuma piorar esse cenário. Já no sudeste a ação do fenômeno não é tão clara.

“O El Niño ainda está em desenvolvimento. A componente oceânica está estabelecida mas a atmosférica ainda não. Começa com uma anomalia da temperatura da superfície do mar e anomalias de pressão no Pacífico. Isso acaba gerando distúrbios na parte atmosférica e, devido à circulação global, acaba distorcendo o clima em algumas localidades do mundo, com um efeito global”, afirma o meteorologista do Instituo Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) Fabio Rocha. “No Brasil, se caracteriza por uma forte diminuição das chuvas no norte e no nordeste e um volume de chuvas mais abundantes no sul. Seca no norte e nordeste e enchentes no sul.”

Medidas preventivas

O El Niño pode provocar catástrofes naturais mais repetidas, como enchentes e deslizamentos. A agricultura também costuma ser afetada pelas incertezas do clima. Por isso, é importante tomar medidas de precaução nas regiões que costumam sofrer com o fenômeno, destaca o diretor da OMM.

“Países que normalmente são afetados pelo El Niño, como o Brasil, o Peru, a Indonésia ou a Austrália, já têm uma experiência para lidar com isso. Quanto mais pronunciados e consistentes são os efeitos, mais medidas preventivas devem ser tomadas”, ressalta. “Dadas as circunstâncias, eu acho que as autoridades e até o público dessas regiões deveriam estar alertas a isso e tomar algumas atitudes. Mas não sei exatamente o que eles deveriam fazer em cada caso.”

A última ocorrência de El Niño foi em 2009/2010. Mas a última aparição devastadora do fenômeno foi há 17 anos, em 1997.

 

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