Balanço da Copa é muito positivo, apesar do vexame da seleção
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A Fifa e o Comitê Organizador Local da Copa farão na manhã desta segunda-feira (14), no Maracanã, um balanço da Copa do Mundo realizada no Brasil. A primeira percepção é de que tudo deu certo e o país passou no teste da organização do grande evento esportivo, apesar das muitas dúvidas relacionadas aos problemas que antecederam o Mundial, como atrasos nas obras dos estádios e problemas de infraestrutura.
Enviado especial da RFI ao Brasil
A catástrofe anunciada nunca aconteceu, seja por problemas de mobilidade urbana ou pelas manifestações. A verdade é que os aeroportos funcionaram corretamente. O próprio presidente da Fifa, Joseph Blatter, disse em um artigo publicado na revista da entidade máxima do futebol que o povo brasileiro está de parabéns e que a Copa no país superou as expectativas.
Em uma breve cerimônia na parte interna do Maracanã, os líderes do Brasil transferiram para a Rússia, em um ritual simbólico, a responsabilidade de organizar o mundial. Num discurso, a presidente Dilma Rousseff falou que a “Copa das Copas”, como ela mesma batizou, só não foi perfeita porque a seleção brasileira não conquistou o sonhado hexacampeonato dentro de casa. E, ao passar a bola para Rússia, disse que o país que vai sediar o mundial em 2018 tem uma cultura especial e rica.
Premiação
Antes mesmo de dar o troféu de campeão aos alemães, a Fifa entregou no Maracanã o prêmio de melhor goleiro do torneio para o alemão Manuel Neuer e a Bola de Ouro da Copa para Lionel Messi. O argentino não conseguiu disfarçar o mal estar ao receber o honroso prêmio, já que ele acabava de deixar o campo após a derrota na final.
A Bola de Prata ficou com o alemão Thomas Müller e o Bronze com o holandês Arjen Robben. Neymar ficou com a Chuteira de Bronze, atrás do alemão Thomas Müller, com a Chuteira de Prata, e o colombiano James Rodriguez com a de Ouro.
A Fifa também elegeu a equipe da Colômbia como a melhor seleção de fair play (jogo limpo, em tradução livre), apesar da entrada dura do zagueiro Zúñiga que tirou Neymar da Copa. O prêmio de revelação jovem do Mundial foi parar nas mãos do francês Paul Pogba, meio campista de 21 anos que se destacou durante o torneio.
Costa Rica, a grande surpresa
Este Mundial igualou o recorde da Copa de 1998, na França, com 171 gols. Ninguém reclama da qualidade dos jogos, já que aconteceram espetáculos do mais alto nível e houve muitas surpresas. A maior delas, sem dúvida, é o percurso da Costa Rica. De saco de pancada do grupo da morte, passou ilesa e só foi cair nas quartas diante da Holanda e nos pênaltis.
Os países do continente americano, de um modo geral, foram muito bem e pela primeira vez a Copa qualificou duas equipes africanas para as oitavas: Argélia e Nigéria.
A tecnologia para confirmar gol foi usada pela primeira vez. Outro destaque foi para a presença marcante de goleiros neste Mundial: além do alemão Neuer, se destacaram o mexicano Ochoa, o argentino Romero e o costariquenho Navas.
Esta Copa também será sempre lembrada pelos brasileiros pelo vexame na semifinal, com a goleada de 7 a 1 para a Alemanha. E outro fracasso foi na disputa pelo terceiro lugar, que ficou com a Holanda depois de aplicar 3 a 0 na seleção.
Adeus a Felipão
A CBF ficou de se pronunciar oficialmente nesta segunda-feira, mas a imprensa brasileira informa que Luiz Felipe Scolari já não é mais técnico da seleção. A decisão teria sido tomada após o fracasso de 3 a 0 para a Holanda no estádio Mané Garrincha, em Brasília. A derrota teria jogado para escanteio qualquer possibilidade de ele continuar à frente do comando técnico da seleção.
Felipão havia dito que a decisão seria da CBF após a Copa, mas sempre demonstrou indiretamente o desejo de permanecer. Diante das derrotas, sua situação parece ter ficado insustentável.
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