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Reportagem

Na reta final da Copa, álbum de figurinhas vira mania entre torcedores

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O clima de Copa do Mundo pode até não ter contagiado ainda as ruas do Brasil, mas, a julgar pelo sucesso das vendas dos álbuns de figurinhas. Sim, vai ter Copa.  

Figurinhas para o álbum da Copa do Mundo 2014.
Figurinhas para o álbum da Copa do Mundo 2014. REUTERS/Paulo Whitaker
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A cada quatro anos, torcedores de todas as idades e de diversos países se dedicam ao velho hábito de colecionar figurinhas da Copa do Mundo. Mesmo em tempos de novas tecnologias e com a onipresença da internet, a tradição não perde o fôlego.

Segundo especialistas do mercado, para a Copa da África do Sul, foram vendidos 220 milhões de envelopes apenas no Brasil. Neste ano, as vendas devem superar 300 milhões no país do futebol.
A Panini, marca italiana que tem a licença exclusiva da Fifa, não gosta de falar em números, mas Isabelle Filllon, responsável de Marketing da editora na França, confirma a tendência mundial de alta das vendas.

“Temos essa impressão que as vendas são melhores que em 2010. E, com o começo da competição, as vendas ganham outro ritmo. Quanto mais as seleções nacionais avançarem, mais as vendas serão importantes”, explica Filllon.

O Brasil, anfitrião do maior evento de futebol do mundo lidera essa febre mundial. “No Brasil o sucesso é muito, muito grande. Depois, aqui na Europa, as vendas na França começaram muito bem. Na Bélgica, também está funcionando muito bem assim como na Suíça. Como a Espanha foi a campeã na Copa passada, esperamos também um sucesso muito grande por lá”, disse à RFI a responsável de Marketing da Panini.

Alegria de dividir

Na França e em vários países, a campanha de marketing foi focada nas crianças e nos adolescentes. Matheus Hideki, de 16 anos, mora na França e trouxe o álbum da sua última viagem ao Brasil. Mesmo em tempos de internet e de tecnologias virtuais, Matheus explica a sua paixão pelas figurinhas.

“O gosto de comprar o pacote e não saber quem você vai tirar para colar no seu álbum. Essa coisa aleatória, essa expectativa de ficar na esperança de tirar aquela figurinha de que a gente precisa... Isso deixa a gente muito feliz”, diz o adolescente.

Rafael Santos, de 15 anos, amigo de Matheus, sonha em ser jogador de futebol. Na França, o jovem estuda e dá seus primeiros passos no mundo da bola. O álbum com os maiores craques do planeta serve de inspiração para a sua futura carreira.
“Eu amo futebol. Sempre gostei de figurinhas. Quando vejo o álbum e os jogadores, eu me inspiro e me vejo no futuro”, diz Rafael.

Coleção não tem idade

A editora Panini afirma que a maioria das vendas foi para o público infantil mas a participação de adultos –com ou sem filhos- no segmento também é importante. Nem a presidente Dilma Rousseff escapou. Em um jantar com jornalistas no mês passado, ela confessou que está colecionando o álbum para preencher junto com o neto Gabriel.

Para o jornalista carioca Marcelo Pinho, 34, colecionar o álbum de figurinhas tem um gosto de nostalgia. Para ele, a coleção é um prazer pessoal, já que, por enquanto, seu filho Vicente, de 1 ano, ainda não partilha a paixão pelo futebol.

Tudo por uma figurinha

Ao todo, são 639 figurinhas distribuídas em 72 páginas com os jogadores das 32 seleções que participam do torneio. Em abril, ladrões roubaram um caminhão com um carregamento de 300 mil figurinhas no Rio de Janeiro.

Na Colômbia, há até um mercado negro de figurinhas e um aplicativo para ajudar a encontrar outros colecionadores de figurinhas. Os excessos em nome da paixão pelo futebol levou um professor colombiano a roubar figurinhas dos alunos para completar o próprio álbum.

Mas, para quem não abrir mão da tecnologia, a Fifa avisa: também é possível completar um álbum virtual disponível no site da entidade. A desvatgagem é que não dá para guardar na gaveta nem levar as figurinhas no bolso para trocar na hora do recreio.

 

 

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