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Jornais se perguntam como reagir à vitória da extrema-direita nas eleições europeias

O resultado das eleições europeias de domingo ainda domina as primeiras páginas dos jornais nesta terça-feira (27). A vitória do partido de extrema-direita Frente Nacional, o enfraquecimento do presidente socialista, François Hollande, e os escândalos que atingem a UMP, principal partido de oposição, são os temas analisados pelos diários franceses.

liberation.fr
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O jornal Libération é conhecido por suas capas de grande impacto visual, e a de hoje não é exceção. Sobre um fundo vermelho e azul, uma silhueta feminina em branco representa Marianne, o símbolo da República Francesa, em atitude combativa. Em letras enormes, a manchete se resume a uma única palavra: "Reagir", abaixo da sigla FN, que faz referência ao partido de extrema-direita que venceu as eleições europeias de domingo.

Libération se pergunta quais respostas políticas e sociais podem ser dadas aos eleitores da Frente Nacional. O jornal progressista traz nove páginas de reportagens e análises sobre o resultado das eleições europeias e a trajetória histórica do partido chefiado pela família Le Pen.

Em seu editorial, Libération nota que nenhum outro país sucumbiu como a França à tentação do extremismo. "A vitória dos Le Pen é também o fracasso de um país", escreve o diário, que reafirma seu compromisso de militar contra a Frente Nacional. Em suas páginas, o jornal pede que políticos e outras personalidades da sociedade francesa pensem em uma "resposta popular ao populismo" da extrema-direita.

Presidente "paralisado"

Do outro lado do espectro político, o conservador Le Figaro acusa o presidente François Hollande de ter levado a França à beira de uma enorme crise política.

Em seu editorial, o jornal é bastante duro: "François Hollande dá a impressão de um presidente totalmente paralisado, sem visão nem certezas." Mas Le Figaro também reserva farpas à oposição de direita, criticando a luta interna na UMP, o partido do ex-presidente Nicolas Sarkozy. Um escândalo financeiro envolvendo a contabilidade da campanha de Sarkozy em 2012 deixou os militantes e simpatizantes indignados, segundo o jornal conservador.

Nessas condições, Le Figaro afirma que nem é necessário se perguntar por que tantas pessoas votam na Frente Nacional. "Marine Le Pen reúne revoltados de todas as tendências, convencidos de que os partidos políticos tradicionais são povoados na melhor das hipóteses de incompetentes, na pior, de desonestos. Em tempos de crise, esse coquetel é explosivo", conclui o diário.

"Hollande enfraquecido aos olhos da Europa" é a manchete de Les Echos. Em seu editorial, o jornal especializado em economia afirma que, no plano institucional, a eleição europeia não muda nada.

"François Hollande foi eleito por cinco anos e continua seu mandato. Mas politicamente, a situação se torna quase insustentável. O presidente tem uma popularidade historicamente baixa, a maioria parlamentar não adere à política conduzida pelo governo, o desencantamento político se espalhou. Como governar?", pergunta o diário. Pessimista, Les Echos afirma que "toda tentativa parece fadada ao fracasso".

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