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Linha Direta

Viés político marca peregrinação de papa Francisco em Israel

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O papa Francisco termina nesta segunda-feira (26) sua peregrinação de três dias à Terra Santa com visitas a locais sagrados em Jerusalém. A viagem do sumo pontífice, com agenda apertada, enfatizou mais questões políticas do que o previsto. O delicado tema das relações israelo-palestinas foi lembrado pelo chefe da Igreja Católica. 

Papa Francisco entre o premiê israelense Benjamin Netanyahu (e) e o presidente Shimon Peres (d) durante cerimônia em Jerusalém nesta segunda-feira, 26 de maio de 2014.
Papa Francisco entre o premiê israelense Benjamin Netanyahu (e) e o presidente Shimon Peres (d) durante cerimônia em Jerusalém nesta segunda-feira, 26 de maio de 2014. REUTERS/Andrew Medichini/Pool
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Daniela Kresch, correspondente da RFI em Israel

O papa Francisco encerra nesta segunda-feira seu giro visitando locais sagrados para as três maiores religiões monoteístas em Jerusalém. O sumo pontífice passou pela Esplanada das Mesquitas, onde se encontrou com o mufti de Jerusalém (representante dos muçulmanos), deixou um bilhete entre as pedras do muro das lamentações, colocou uma guirlanda de flores no túmulo do pai do sionismo, Theodor Herzl, e visitou o Museu do Holocausto e um monumento a israelenses mortos por terrorismo.

A agenda também contou com encontros com o presidente israelense, Shimon Peres, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. O final do dia é marcado pela celebração de uma missa no Cenáculo, no Monte Sião, onde, segundo a tradição cristã, ocorreu a última ceia. Mas alguns judeus acreditam que o rei David esteja enterrado neste local, o que levou a polícia israelense a aumentar o esquema de segurança, temendo manifestações durante a passagem de Francisco.

Apesar de ter assegurado que sua peregrinação seria “puramente religiosa”, o sumo pontífice tem enfatizado a política regional. No domingo, durante sua passagem por Belém, na Cisjordânia, cidade onde, segundo a tradição cristã, Jesus nasceu, o papa tocou em assuntos delicados, como o conflito entre israelenses e palestinos, que chamou de “inaceitável”. O chefe da Igreja Católica também reiterou o convite para que os presidentes palestino, Mahmoud Abbas, e israelense, Shimon Peres, rezassem junto com ele no Vaticano em prol da paz. As assessorias dos dois líderes confirmaram que ambos aceitaram o convite.

O papa também chamou atenção por um gesto improvisado durante as seis horas em que esteve em Belém. Numa quebra de protocolo que acentuou o tom político da visita, o pontífice surpreendeu ao pedir para parar ao lado do chamado muro da Cisjordânia, que separa Belém de Jerusalém. Francisco fez uma oração silenciosa diante de um trecho do muro com pichações como “liberdade à Palestina” e “Belém se parece com o gueto de Varsóvia”. O papa tocou no muro de cimento de oito metros de altura, construído há dez anos, que se tornou um dos maiores símbolos da discórdia entre israelenses e palestinos.

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