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Linha Direta

Modelo brasileira está detida na China acusada de trabalhar ilegalmente

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Há mais de 10 dias uma ação da polícia chinesa deteve cerca de 60 modelos de diferentes nacionalidades na capital Pequim por irregularidades em seus documentos de trabalho. A gaúcha Amanda Griza, de 19 anos, estava no grupo e segue presa na China, enquanto sua família aguarda com ansiedade seu retorno ao Brasil.  

A modelo gaúcha Amanda Griza, de 19 anos, está presa na China.
A modelo gaúcha Amanda Griza, de 19 anos, está presa na China. Reprodução Facebook/ Twitter Amanda Griza
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Correspondente da RFI em Hong Kong

Amanda está detida em Pequim desde o dia 8 de maio sob a alegação de trabalho ilegal, mas diplomatas brasileiros estão tentando reduzir seu tempo de detenção. O Itamaraty garante que entrou em contato com o governo chinês para que a jovem possa retornar ao Brasil o mais rápido possível, mas ainda não há previsão de quando isso deve acontecer.

A modelo também já recebeu a visita de um membro do corpo diplomático brasileiro, que em seguida informou a família da gaúcha que ela estaria sendo bem tratada pelas autoridades na China.

Na noite da sexta-feira (16), a Embaixada do Brasil em Pequim informou a RFI que um advogado foi contratado para cuidar do caso. Na mesma data, em entrevista ao Jornal de Santa Catarina, sua família levantou a suspeita de que Amanda e as outras modelos estariam sob custódia por serem testemunhas de crimes cometidos pela agência de modelos na China.

Família sem contato

Amanda é natural de Osório, no Rio Grande do Sul, e vivia desde fevereiro na Ásia. No contrato assinado com a agência de modelos, ela ficaria quatro meses na China e dois em Hong Kong.

Mas o visto que ela tirou no consulado da China em São Paulo, e que segundo sua família seria um visto de negócios, não permitiria que ela trabalhasse como modelo no país asiático. A família da gaúcha diz que está sem contato com a filha desde a detenção.

Operação da polícia inclui casting falso

A polícia da capital chinesa organizou um falso casting através da agência de modelos chinesa M3 para flagrar modelos sem autorização de trabalho. A operação em Pequim constatou irregularidades nos documentos de cerca de 60 outras modelos vindas principalmente dos Estados Unidos e da Europa.

No episódio, quatro modelos foram presos e dezenas permanecem detidos e correm o risco de serem deportados. Outra ação foi realizada pelas autoridades chinesas na cidade de Guangzhou, no sul do país, onde um casal de modelos foi detido. Não há informações se o grupo é formado apenas modelos mulheres ou também homens.

A Associação de Agentes de Modelos criou uma petição online pedindo que o governo chinês se encontre com representantes da entidade para regularizar as condições de trabalho, além de facilitar a obtenção de vistos para modelos atuando na China.

O texto afirma ainda que a situação é um duro golpe para a reputação da comunidade internacional de modelos e para a indústria da moda na China. No entanto, a petição ainda não havia ultrapassado a marca de 500 assinaturas nesta segunda-feira (19).

China: mercado atrativo para modelos

A China é um mercado que atrai muitos jovens modelos ocidentais, mas as condições de trabalho que eles enfrentam quando chegam ao país costumam ser bem menos glamurosas do que as prometidas pelas agências. Eles são hospedados em apartamentos minúsculos, divididos com outros modelos, fazem longas jornadas de trabalho e têm cachês muito baixos.

Para que modelos possam trabalhar legalmente na China é preciso solicitar um visto de trabalho, o que pode custar até dois meses de burocracia e exige uma Licença de Emprego, emitida pelo Ministério de Trabalho da China.

Então algumas agências optam pelo meio mais fácil e até chegam a aconselhar jovens modelos a trabalharem com o visto de turista, que é conseguido mais rápido, mas que para os brasileiros tem duração máxima de 30 dias.

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