Nigéria deve combater problemas internos que permitiram expansão do Boko Haram
O drama das meninas nigerianas sequestradas pelo grupo radical Boko Haram é um dos assuntos em destaque da imprensa francesa desta terça-feira (13) que aborda também temas locais como a nova polêmica sobre o hino francês, a Marselhesa, e a polêmica reforma administrativa no país.
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Os bárbaros. Assim o Libération qualifica em sua manchete os membros do Boko Haram. Ontem, o líder do grupo radical islâmico apareceu numa mensagem de vídeo propondo a troca das mais de 200 jovens sequestradas por prisioneiros do Boko Haram na Nigéria. A mobilização internacional se intensifica contra essa seita islâmica, escreve o Libération.
Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, China e Israel são países que vão ajudar a Nigéria a tentar libertar as estudantes raptadas. Em editorial, o jornal afirma que o grupo radical é sinônimo de um país completamente doente e minado pela corrupção. A população não acredita mais no governo, no exército e nem na polícia. A Nigéria deverá dar uma reposta policial e jurídica a esses terroristas, mas também deve combater as causas profundas que tornaram o país completamente descreditado e que deixou espaço para a seita islâmica proliferar, avalia o Libé.
Reforma administrativa na França
O Le Figaro afirma que os obstáculos para a reforma territorial na França se acumulam. O projeto ambicioso lançado pelo presidente François Hollande e pelo primeiro-ministro Manuel Valls esbarra nas reticicências dos presidentes das regiões e dos departamentos franceses, afirma o jornal conservador.
Anunciada em abril pelo chefe de governo, a reforma, que prevê uma redução do número de regiões e departamentos para tornar a burocracia pública mais ágil e fazer economias, é criticada por todos os lados, informa o Le Figaro.
A pressa do governo irrita os políticos diretamente atingidos pelo projeto e a Associação dos presidentes das regiões avisa que nada será feito antes de 2015. Sem maioria confortável na Assembleia e no Senado, o governo terá que convencer adversários da oposição, tarefa nada fácil, segundo o jornal.
O grupo industrial francês Areva na mira do Tribunal de Contas
O diário econômico Les Echos traz em sua manchete revelações sobre problemas financeiros e de gestão da gigante nuclear francesa Areva. O Tribunal de Contas analisou a empresa no período de 2006 a 2012, sob a direção da presidente Anne Lauvergeon, e no seu pré-relatório faz um julgamento severo.
As críticas vão do estilo de gestão a escolhas estratégicas da direção da empresa, aponta o Les Echos. Mas o Tribunal também demonstra uma preocupação profunda com a situação financeira da Areva, em estado considerado muito frágil.
Polêmica sobre o hino nacional francês
O assunto ganhou a manchete do Aujourd'hui en France. A Marselhesa voltou a ser alvo de polêmica no final de semana, porque a ministra da Justiça, Christiane Taubira, não cantou o hino nacional durante um evento para comemorar a abolição da escravatura. O partido de extrema-direita, Frente Nacional, denunciou a postura da ministra. Taubira reagiu mal ao postar no Facebook uma frase infeliz, escreve o jornal.
Na mensagem, a ministra explica que, às vezes, ela canta desafinado no meio da multidão e acrescentou: "Determinados momentos exigem mais recolhimento do que um karaokê de palanque". A frase foi entendida como novo insulto pelos seus opositores. Um sociólogo entrevistado pelo Aujourd'hui en France qualifou a polêmica desencadeada pelo partido extremista Frente Nacional de "nível zero da política".
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