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Onda eurocética

Candidatos "eurocéticos" conquistam eleitores em toda a Europa

Pesquisas em vários países europeus indicam que os partidos "eurocéticos" e de extrema-direita poderão eleger mais de 175 deputados entre as 751 cadeiras em disputa no Parlamento Europeu. Esses partidos, que ganharam projeção a partir dos anos 90, têm em comum uma mesma visão anti-imigração, anti-União Europeia, além de defenderem o abandono do euro, visto como responsável pelo naufrágio econômico do bloco.

Beppe Grillo, fundador do Movimento 5 Estrelas, terceira força política do parlamento italiano.
Beppe Grillo, fundador do Movimento 5 Estrelas, terceira força política do parlamento italiano. REUTERS/Giorgio Perottino/Files
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As legendas "eurocéticas" e de extrema-direita podem vencer as eleições europeias ou chegar em segundo lugar no Reino Unido, na França, Itália, Holanda, Dinamarca, Finlândia, Áustria e Hungria. O fortalecimento de partidos nacionalistas como Os Verdadeiros Finlandeses, o grego Aurora Dourada, e o Partido do Povo Dinamarquês, entre outros, é o maior fenômeno eleitoral da campanha de 2014. 

Na França, a Frente Nacional (FN), de Marine Le Pen, deve emergir das urnas no dia 25 como o primeiro partido francês no Parlamento Europeu, derrotando a direita e os socialistas no poder. Marine Le Pen já negocia alianças com outras siglas populistas da Europa para formar uma grande bancada de extrema-direita em Estrasburgo. Todos têm em comum o projeto de sair da União Europeia, da zona do euro e restringir ao máximo a imigração, acabando com o espaço Schengen de livre circulação de pessoas.

O Ukip (United Kingdom Independence Party), dirigido pelo deputado britânico Nigel Farage, lidera a campanha no Reino Unido com 30% a 40% das intenções de voto, à frente dos trabalhistas e dos conservadores. Farage já é integrante do Parlamento Europeu e disputa a reeleição porque quer limitar a imigração e convencer o Reino Unido a abandonar a União Europeia.

Na Itália, Beppe Grillo defende o fim da moeda única

O Movimento 5 Estrelas (M5S), do humorista Bepe Grillo, tem 27% de intenções de voto nas eleições europeias na Itália. Certamente não é tanto quanto os 33% do Partido Democrata, do primeiro-ministro Matteo Renzi, mas o M5S mantém um capital eleitoral considerável. Grillo tem recebido elogios do britânico Farage, que poderá propor uma aliança M5S-Ukip no Parlamento Europeu. 

Grillo ficou conhecido no ano passado quando o M5S elegeu dezenas de deputados no parlamento italiano. No último ano, o movimento populista boicotou a maior parte das votações na Itália para denunciar um sistema político considerado ultrapassado. Por outro lado, os deputados 5 estrelas adotaram algumas medidas que agradaram: cortaram pela metade os próprios salários, para doar uma parcela da remuneração a um fundo de apoio a pequenas e médias empresas. Também aprovaram uma emenda que autoriza as empresas locais a suspender o recolhimento de impostos, se o Estado italiano não pagar o que deve a elas.

Grillo faz campanha para que a Itália abandone o euro, caso a Comissão Europeia não reveja os critérios de rigor orçamentário impostos a todos os países do bloco.

AFD, o partido antieuro alemão

Até na Alemanha, os eurocéticos do partido Alternativa para a Alemanha (AFD) e um deputado neonazista do NFD devem entrar no Parlamento Europeu.

A AFD foi criada no ano passado por Bernd Lucke, professor de economia em Hamburgo, e já conta com 17 mil membros. Lucke prega a “dissolução ordenada” da zona do euro. Ele acusa a chanceler Angela Merkel de defender o euro “a qualquer preço”, sem levar em conta os interesses dos alemães, que são os maiores contribuintes do orçamento do bloco.

Segundo o candidato, a política de juros baixos do Banco Central Europeu reduziu a remuneração da poupança na Alemanha, “prejudicando aqueles que juntaram dinheiro para enfrentar os dias da aposentadoria”.

O líder do AFD nega ser de extrema-direita e diz que não vai se aliar com os nacionalistas no Parlamento Europeu. As pesquisas indicam que o partido tem de 5% a 6% de intenções de voto na Alemanha.

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