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Reportagem

Livro publicado em Paris quer mostrar Brasil de hoje a jovens leitores

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"Aujourd'hui le Brésil", "O Brasil de Hoje". Este é o título do livro escrito a quatro mãos pela jornalista brasileira Adriana Brandão e pelo escritor suíço Patrick Straumann, que está nas prateleiras das livrarias de Paris a partir desta quarta-feira (30). Editada pela Casterman, em parceria com a RFI, a obra faz parte parte de uma coleção sobre os grandes países emergentes. 

Adriana Brandão e Patrick Straumann, autores do livro "Aujourd'hui le Brésil", à venda em Paris a partir desta quarta-feira, 30 de abril de 2014.
Adriana Brandão e Patrick Straumann, autores do livro "Aujourd'hui le Brésil", à venda em Paris a partir desta quarta-feira, 30 de abril de 2014. DR
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Jean-Michel Coblence, editor para obras Infantis e Juvenis da Casterman, conta como a aventura começou: "Há quatro anos encontrei um representante da RFI e conversamos sobre a possibilidade de trabalharmos juntos sobre temas que poderiam interessar a jovens leitores entre 12 e 16 anos. Refletindo sobre a especialidade da rádio, que é ser multicultural, haveria certamente livros a fazer sobre os grandes países emergentes. Então, em 2010 lançamos o primeiro volume da série "A África de Hoje". Como deu certo e agradou aos livreiros, professores e leitores, decidimos continuar, sempre focados nos emergentes. Publicamos no ano seguinte a China, em 2012 a Índia, e agora o Brasil."

Movimento

Todos os livros da coleção exploram quatro aspectos: história, cultura, sociedade e economia. Nada simples quando se trata do Brasil, um gigante com 514 anos, mais de 8,5 milhões de km2 e cerca de 200 milhões de  habitantes.

"Tivemos que fazer muitas escolhas para contar esse país grande em apenas 140 páginas. Foi difícil saber qual Brasil revelar mas conseguimos fazer um retrato deste Brasil de hoje que está em movimento, foi um desafio", conta Adriana.

O casal começou a refletir sobre a estrutura da obra em fevereiro de 2013 e iniciou a escrita em maio. Foi nesta época que aconteceram as manifestações populares brasileiras, o que os obrigou a escrever, mudar e atualizar os fatos, em um verdadeiro processo de acompanhamento de um Brasil em mutação.

Para Patrick, foi interessante desenvolver um exercício de estilo que atraísse os leitores e permitisse que entendessem facilmente o assunto, captando, ao mesmo tempo, a realidade de um país imenso.

Revisitando o passado para contar o presente

Ao contar a história do Brasil, os escritores falaram sobre a época antes do descobrimento, das populações indígenas que lá viviam, passando pela descoberta pelos portugueses, a chegada da corte em 1808, da importância desta chegada para a independência em 1822, até os dias atuais.

"Esta parte histórica, que fala do passado, explica o Brasil de hoje; ela é muito importante para vermos o quanto o Brasil mudou. Apesar dos questionamentos e incertezas que o momento de hoje nos dá sobre o futuro, esta visão histórica nos mostra que o Brasil mudou muito e está bem melhor do que há cem anos", reflete Adriana.

O desafio dos clichês

Os autores contam que quanto mais se aproximavam dos temas escolhidos, mais sentiam que a riqueza era muito maior do que podiam captar e transmitir. "Nunca se consegue dar todas as nuances da cultura popular do Norte, tão diferente da do Sul, por exemplo, isto é um desafio, pode ser frustrante, mas mostra toda a riqueza do país", observam.

O editor Jean-Michel Coblence, que participou de todo o processo da criação do livro, também propôs temas que Adriana e Patrick não teriam pensado como, por exemplo, fazer um capítulo sobre a praia. "Para nós, a praia é algo natural, mas para um francês é importante falar da praia, mesmo sendo um clichê. Falamos de Copacabana, da garota de Ipanema, mas cada vez que falamos de um clichê, tentamos aprofundá-lo, mostrar que ele dá muito para a sociedade brasileira, que ele {o clichê] tem conteúdo", analisa Adriana.

Fonte de informações

Assim como aconteceu com a história, os autores voltaram ao passado para falar da economia nacional, explicando os grandes ciclos do ouro, da borracha, do café, até chegar à diversificação de hoje com a globalização. "Tentamos dar um panorama das atividades econômicas do Brasil que possa ser entendido pelos jovens, pois o livro foi feito para os jovens, mas esperamos também que seja lido pelos adultos e que se torne uma fonte de informações", explicam os autores.

A quatro mãos

Este foi o primeiro trabalho profissional do casal, que se sentiu bastante complementar, já que a escrita dela é jornalística e a dele tem um estilo mais literário. "Cada um escrevia no seu canto, mas depois lia o texto do outro, dava palpite, e o resultado é 100% nós dois", diz a jornalista.

"A Adriana sempre teve um ponto de vista brasileiro, de dentro do país, uma intuição que sempre deu certo. Meu olhar sobre o Brasil, como suíço, é do exterior, e nas discussões sobre nossos textos foram reveladas as particularidades de cada um. Nesta síntese acho que conseguimos fazer testemunhos verdadeiros sobre o Brasil de hoje, foi muito bom escrevermos um livro juntos", conclui Patrick.

 

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