Irã anuncia que problema com reator que emperra negociações "está resolvido"

O Irã afirmou neste sábado que a questão do reator de água pesada de Arak, ao sul da capital, um dos principais pontos de conflito nas negociações nucleares com as potências internacionais, foi resolvido. Segundo Teerã, este foi um passo à frente rumo a um acordo definitivo para resolver a crise do programa nuclear iraniano.  

O reator de Arak terá a produção de plutônio limitada, para atender as exigências da comunidade internacional. Reuters

Situado a 240 quilómetros a sudoeste de Teerã, o reator de Arak, com potência de 40 megawatts, sempre esteve na mira das potências internacionais que negociam um acordo sobre o programa nuclear do país. O motivo é a suspeita de que estaria sendo construído para extrair plutônio, uma opção alternativa que substituiria o urânio enriquecido na fabricação de uma bomba atômica.

Do lado iraniano, o reator está sendo construído para apoiar pesquisas médicas. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) vem acompanhando de perto a construção.

Mudanças

Neste sábado (19) o chefe da organização de energia atômica do Irã, Ali Akbar Salehi, fez uma declaração oficial dirigida aos grupo dos "5 + 1", que negocia o seu programa nuclear, formado por Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido, mais a Alemanha. " As mudanças que propusemos fazer e foram aceitas por vocês, foram realizadas. A questão está praticamente resolvida", declarou Salehi.

Os negociadores internacionais exigiram que o reator de água pesada fosse transformado em um reator de água ligeira, ideia rejeitada pelos iranianos que, em contrapartida, sugeriram mudar a concepção do reator para limitar a produção de plutônio.

A próxima reunião bilateral acontecerá em Viena no dia 13 de maio.

Suspeita

Há muitos anos a comunidade internacional desconfia que o programa nuclear iraniano tenha como finalidade principal a construção de uma bomba atômica, apesar de Teerã negar. Alvo de diversas sanções da União Europeia, Estados Unidos e ONU, o Irã sempre insistiu que seu programa nuclear tem finalidades civis.