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Linha Direta

Mudanças climáticas elevam riscos de fome e de conflitos, diz IPCC

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O Painel Intergovernamental de Especialistas sobre Mudanças Climáticas, o IPCC, um organismo das Nações Unidas, divulgou um relatório alarmante nesta segunda-feira (31), em Yokohama, no Japão. As alterações no clima no mundo poderão levar ao aumento da fome e de conflitos, diz o estudo.

Os efeitos das mudanças climáticas podem gerar imigração. Até 15% das terras aráveis no mundo poderão ser perdidas, com 5 milhões de pessoas afetadas.
Os efeitos das mudanças climáticas podem gerar imigração. Até 15% das terras aráveis no mundo poderão ser perdidas, com 5 milhões de pessoas afetadas. DROUGHT/MIDDLEAST REUTERS/Ammar Awad
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*Claudia Sarmento, correspondente da RFI em Tóquio

O relatório do IPCC teve a colaboração de especialistas de mais de 70 países e sua principal conclusão é que as mudanças climáticas das últimas décadas já afetam todos os continentes e oceanos. O painel adverte que os governos não estão se adaptando à nova realidade provocada pela ação do homem. Entre os efeitos do caos no clima, estão a destruição de lavouras, derretimento de geleiras, surgimento de doenças e diferentes ecossistemas afetados tanto nas áreas tropicais quanto polares.

O estudo, considerado o mais amplo já divulgado pela ONU, deixa bem claro que não é apenas a natureza que está ameaçada, mas, também, a própria segurança da humanidade, porque a produção de alimentos vem sendo prejudicada. As mudanças climáticas agravam a escassez de comida e água e aumentam os riscos de migrações e até, indiretamente, de conflitos violentos. Ou seja, mudanças climáticas não podem mais ser vistas como um problema distante do nosso dia a dia. Elas já estão interferindo nas sociedades, de acordo com o relatório.

Previsões

O relatório descreve alguns cenários futuros, mas tudo depende de como o aquecimento global será combatido nos próximos anos. Se as emissões de gases que provocam o efeito estufa continuarem crescendo, o impacto das mudanças no clima será “severo e irreversível”. Se esse ritmo não for alterado, nós veremos cada vez mais desastres naturais, como enchentes ou ondas de calor. A meta dos governos é limitar o aumento da temperatura em dois graus centígrados para reduzir os riscos, mas isso só vai acontecer com a diminuição da emissão de gases. Também são necessários investimentos na prevenção de catástrofes naturais. Mas, em alguns casos, mesmo essa meta de dois graus não é suficiente para evitar estragos.

Principais riscos

O relatório do IPCC lista alguns riscos principais. Por exemplo, a acidez dos oceanos está subindo, ameaçando barreiras de corais e espécies marinhas. Secas ou chuvas torrenciais atingem a agricultura, aumentando o risco de fome. Dependendo do ritmo do aquecimento, o preço dos alimentos pode subir de 3% a 85% até 2050. Já a pesca em regiões tropicais pode cair entre 40% e 60%.

As comunidades costeiras são mais suscetíveis por causa do aumento do nível do mar. A curto prazo, os países pobres sentirão um impacto maior devido às desigualdades sociais e à ausência de instituições ambientais. Mas o relatório adverte que todas as nações, inclusive as mais desenvolvidas, não escapam dos efeitos. Um exemplo são as recentes inundações na Grã-Bretanha e as tempestades nos Estados Unidos.

 

 

 

 

 

 

 

 

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