Imprensa evoca complô político contra Sarkozy
Os jornais desta terça-feira (11) dão amplo destaque aos últimos desdobramentos judiciais envolvendo o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy. A revelação de que Sarkozy, seu advogado, Thierry Herzog, e dois ministros do antigo governo estão sob escuta judicial desde abril do ano passado provoca polêmica entre advogados e a classe política.
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O jornal conservador Le Figaro pergunta em sua manchete se o presidente François Hollande teria conhecimento dessas escutas. Para o diário, a resposta é clara: é muito provável que Hollande tenha sido informado das escutas pelos ministros do Interior e da Justiça, embora essas duas autoridades neguem ter conhecimento do caso. O escândalo soa como um complô político, que divide ainda mais a imprensa francesa.
O jornal Libération, próximo dos socialistas, se interroga sobre este eventual complô, mas afirma que a direita não tem nenhuma prova que possa justificar essa tese. O jornal progressista considera que em um regime democrático, o Executivo não deve interferir nas decisões do Judiciário.
O Libération lembra que, se por um lado, a lei protege o sigilo das conversas entre um advogado e seu cliente, os advogados não são cidadãos acima da lei e podem ser submetidos aos mesmos procedimentos legais que qualquer cidadão comum, caso haja suspeita de infração ou delito. Vale lembrar que os juízes decidiram colocar o advogado de Sarkozy sob escuta por suspeitar que ele obtinha informações privilegiadas dentro do Judiciário.
Sarkozy prepara volta
O Aujourd'hui en France revela que correligionários do ex-presidente preparam a revanche. Eles apontam Hollande "como um Maquiavel" que instalou uma célula de escutas no Palácio do Eliseu, escreve o diário, para evitar o retorno do adversário de direita à política.
Aujourd'hui en France publica uma foto de Sarkozy com barba por fazer, imagem deliberadamente escolhida pelo ex-presidente para parecer abatido, durante uma cerimônia ocorrida ontem em Nice, no sul do país. A imagem de que é uma"vítima" dos adversários socialistas cai como uma luva para o líder de direita, que tem esperança de se recandidatar à presidência em 2017.
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