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Ucrânia/Violências

Manifestantes ucranianos fazem trégua durante reunião de presidente com oposição

Após uma madrugada e manhã de confrontos violentos com a polícia no centro da capital Kiev, os militantes pró-União Européia anunciaram uma trégua no início da tarde desta quinta-feira (23). Os manifestantes aguardam os resultados do encontro do presidente Viktor Yanukovitch com os três principais líderes da oposição que começou às 15h do horário local.

Forças de ordem e manifestantes pró-União Europeia se confrontaram, mais uma vez, nesta quinta-feira, dia 23 de janeiro, no centro de Kiev.
Forças de ordem e manifestantes pró-União Europeia se confrontaram, mais uma vez, nesta quinta-feira, dia 23 de janeiro, no centro de Kiev. REUTERS/Vasily Fedosenko
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De acordo com a agência de notícias Interfax, os militantes aceitaram a trégua nos confrontos depois que um dos ícones da oposição, o boxeador Vitali Klitschko, foi até o local das barricadas, no centro de Kiev, para anunciar a nova rodada de discussões com Yanukovitch. A pausa nos protestos deve durar até às 20h locais (16h do horário de Brasília).

O presidente ucraniano está reunido desde às 15h locais (11h do horário de Brasília) com Klitschko, o ex-ministro da economia, Arseni Iatseniouk, e o nacionalista de extrema-direita Oleh Tiahnibok. No primeiro encontro realizado ontem, Yanukovitch descartou a possibilidade de renunciar e revogar a lei que proíbe os protestos, como exigem os opositores.

Futuro do governo

O presidente do Parlamento ucraniano, Volodomir Ribak, anunciou hoje que os deputados devem debater uma eventual demissão do governo em uma sessão extraordinária no começo da próxima semana. A decisão foi tomada nesta tarde após reunião com Yanukovitch.

Ao site da presidência, Ribak disse que a oposição e a maioria parlamentar se reunirão para analisar a questão, além das leis votadas pelos deputados, entre elas, a que proíbe as manifestações no país e gerou a cólera dos militantes pró-União Européia.

Guerrilha urbana

Centenas de militantes pró-União Europeia ocuparam novamente as principais ruas do centro de Kiev nesta manhã, apesar dos 10 graus negativos registrados no início do dia na capital. Os manifestantes queimaram pneus para levantar fumaça e lançaram coquetéis molotov contra os policiais, que reagiram com bombas de gás lacrimogênio e disparos.

Os jornalistas que cobrem as manifestações descrevem Kiev como uma guerrilha urbana. Os confrontos se intensificaram desde o último domingo, quando 200 mil manifestantes foram às ruas. Ao menos cinco pessoas morreram e 300 ficaram feridas.

Sanções

A chanceler alemã Ângela Merkel exprimiu nesta tarde sua indignação face à repressão do governo de Yanukovitch contra seus opositores. “Nós esperamos que o governo ucraniano garanta as liberdades democráticas, principalmente o direito de manifestar, a proteção da vida e a fim do uso da força”, disse a premiê.

A União Europeia fez um apelo ontem pelo “fim imediato” dos confrontos no país. Em um comunicado, a chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton, condenou a escalada da violência e a repressão instaurada pelo governo.

Já o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, declarou que a União Europeia poderá aplicar medidas contra a Ucrânia.

Em Paris, o presidente francês François Hollande se disse muito preocupado com a degradação da situação em Kiev, e fez um apelo para que os direitos humanos fossem respeitados.

O presidente russo Vladimir Putin se declarou, nesta manhã, convencido que as autoridades ucranianas "sabem o que fazem e e vão encontrar a melhor solução para restabelecer a situação e encontrar a paz". Putin acredita que as nações não devem inteferir nas questões internas do país.

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