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Reportagem

Nova campanha para estimular doação de sangue é lançada na França

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Uma nova campanha para doação de sangue acaba de ser lançada na França. Em 2012, o país realizou mais de três milhões de coletas de sangue, plasma e plaquetas. Elogiado pela Organização Mundial da Saúde, o sistema francês é gerado pelo Estabelecimento Francês do Sangue (EFS), instituição civil que tem o monopólio de transfusões desde o ano 2000. Para manter o estoque em dia, uma das táticas são as campanhas de comunicação, como a que acaba de ser lançada nesta semana, com o slogan: “Doe um presente raro e precioso, doe o seu sangue”.

A França fez mais de 300 milhões de coletas de sangue em 2012.
A França fez mais de 300 milhões de coletas de sangue em 2012. Flickr/ par RMS - Rede de Mobilização Social
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Na França, os doadores são sempre anônimos, voluntários e não recebem remuneração. O objetivo da instituição francesa é garantir essa autossuficiência, que vem da década de 50. O país nunca enfrentou falta de produto sanguíneo. São mais de um milhão de pessoas beneficiadas por ano. As coletas são feitas em 153 postos fixos ou através de 40 mil unidades móveis.

O dr. Olivier Nasr, do setor de Relações Internacionais do EFS, explica que “a comunicação precisa ser eficaz tanto em nível regional quanto nacional”. As épocas de poucas doações são conhecidas: maio, por causa de muitos feriados e dias emendados, o período de verão em julho e agosto, e em dezembro.

Para evitar baixas no estoque, o EFS realiza campanhas de “efeito celeiro”, para coletar o máximo possível, antes do verão europeu e antes das festas do final do ano. No meio tempo, dependendo do nível do abastecimento, acionam-se outras campanhas menores ou regionais, para estimular a doação em postos fixos ou para a conscientização de estudantes.

Sistemas internacionais

O dr. Olivier Nasr fez um levantamento sobre os diferentes tipos de sistemas de coleta no mundo e chegou a cinco modelos. O primeiro, controlado diretamente por estabelecimentos públicos, é seguido pela França e Reino Unido. Outros paises delegam todo o processo à Cruz Vermelha, como Bélgica, Suíça, Japão, a Finlândia. Em um terceiro sistema, os hospitais se encarregam de tudo, com seus próprios centros de transfusão. É o caso da Itália, Suécia e Dinamarca.

No quarto tipo, as transfusões são gerenciadas por organizações sem fins lucrativos, sem ser a Cruz Vermelha. É o que acontece na Holanda e no Canadá. Finalmente, há um sistema misto, com doadores voluntários e também remunerados, como na Alemanha, Áustria e Estados Unidos.

Cooperação franco-brasileira

O Brasil e a França têm a mais antiga cooperação internacional em transfusões, que data do início dos anos 80, com simpósios e encontros realizados no Brasil, além envio de especialistas e estagiários à França. O dr. Alain Beauplet é o diretor do serviço de Relações Internacionais do EFS. “O Brasil segue um pouco a trajetória francesa, está se reorganizando, começando a estudar com mais atenção a ideia de uma rede de transfusão mais eficaz, o que é complicado, pois o Brasil é um país extenso”, diz o dr. Beauplet.

A cooperação franco-brasileira inclui a organização de simpósios e encontros para estudar os avanços brasileiros. Beauplet conta que o acompanhamento é feito com a discussão de boas práticas, como táticas para recrutar doadores. “Estamos bastante atentos ao desenvolvimento do setor no Brasil”, completa.

O 13° Simpósio Franco-Brasileiro de Hemoterapia acontece em setembro, em Belém do Pará.
 

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