Acessar o conteúdo principal
Linha Direta

Guerra na Síria e ameaças de Israel atiçam violência no Líbano

Publicado em:

O Líbano começou o ano com um agravamento da violência sectária. Na quinta-feira, a explosão de um Jeep Grand Cherokee com 20 quilos de explosivos matou seis pessoas na rua Al-Arid, no bairro Haret Hreik, situado na zona sul de Beirute. O local é um reduto conhecido do movimento xiita Hezbollah, suspeito de estar por trás de outro ataque, na semana passada, que causou a morte de um ex-ministro sunita que combateu o Hezbollah quando esteve no poder. O envolvimento do Hezbollah na guerra da Síria, ao lado das tropas de Bashar al-Assad, cria um ambiente de forte instabilidade no Líbano.Clique acima para ouvir a correspondente em Beirute, Claudia Rahme

Homem socorre adolescente ferida na explosão de um carro-bomba, em 2 de janeiro de 2014, em Beirute.
Homem socorre adolescente ferida na explosão de um carro-bomba, em 2 de janeiro de 2014, em Beirute. REUTERS/Issam Kobeisi
Publicidade

O atentado desta quinta-feira no Líbano matou a adolescente brasileira de origem libanesa Malak Zahwe, de 17 anos, originária de Foz do Iguaçu. Ela morava no Líbano havia 4 anos e no momento da explosão fazia compras com sua madrasta em Beirute.

Parlamentares libaneses afirmam que apenas a união dos partidos rivais, e a retirada do Hezbollah da Síria, colocarão um fim nos conflitos internos do país. No entanto, o entendimento entre esses partidos é uma tarefa difícil. A cada atentado ocorre uma troca recíproca de acusações entre partidários e declarações de repudio, sem sinal de solução a longo prazo. 

Líbano estaria "a caminho da destruição"

A sociedade libanesa tem enfrentado um sentimento coletivo de insegurança, tristeza e revolta. Aqueles que perdem seus familiares nos atentados são os que mais sofrem. As pessoas estão vivendo sob o domínio do medo, e a frequência dos atentados indica que a tendência da situação é piorar. O secretário-geral adjunto do Hezbollah, Naim Qassem, declarou após a explosão de ontem que o Líbano está à caminho da destruição.

Os serviços de inteligência libaneses prenderam nesta quinta-feira o saudita Majid Al Majid, líder da Brigada Abdallah Azzam, ligada à Al Qaeda e à Frente Al Nusra, dois grupos com papel cada vez mais relevante na guerra síria. O saudita é acusado de autoria do atentado à embaixada do Irã em novembro passado. Mas a célula terrorista não foi desmantelada. Existem outros integrantes desse grupo espalhados pelo país, preparados para a missão de terror que eles têm a cumprir no Líbano, por conta do envolvimento do Hezbollah no conflito sírio.

Divisão na sociedade

A guerra civil do Líbano acabou em 1990. As tropas israelenses deixaram o país no ano 2000. A Síria encerrou sua ocupação em 2005, mas as disputas inter-religiosas entre as façcões muçulmanas, sunitas e xiitas, nunca foram superadas. O país conta ainda com uma população de cristãos maronitas. Essa divisão na sociedade libanesa sempre existiu, mas agora vem ganhando ramificações dentro dos próprios grupos já divididos. A troca de acusações dos líderes políticos em seus discursos sectários só piora a situação.

Além de toda a tensão interna, ainda existe o perigo iminente com Israel. No último domingo, houve uma troca de mísseis entre os dois países na fronteira ao sul do Líbano. As tropas de paz da Unifil e o exército libanês controlaram a situação, mas Israel continua invadindo o espaço aéreo libanês diariamente e violando a Resolução 1701 da ONU.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Veja outros episódios
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.