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Reportagem

Governo francês reage a escândalo de venda de carne de cavalos usados em pesquisas

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Onze meses depois da descoberta da existência de carne de cavalo em lasanhas congeladas na França, um novo escândalo vem à tona. Nesta segunda-feira, 21 pessoas foram detidas durante uma operação da polícia, acusadas do envolvimento no tráfico de animais utilizados na produção de soro em pesquisas científicas contra a raiva e o tétano.

França enfrenta novo escandalo envolvendo o uso indevido de carne de cavalo.
França enfrenta novo escandalo envolvendo o uso indevido de carne de cavalo. Reuters/Charles Platiau
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 A investigação começou no ano passado, a partir de uma denúncia anônima sobre fraudes no mercado de venda de carne na cidade francesa de Narbonne.

Cerca de 200 cavalos, utilizados em pesquisas do laboratório francês Sanofis, estariam sendo enviados a um abatedouro no sul do país, e em seguida revendidos em açougues da região. O animal é utilizado para pesquisas por conta da sua capacidade em gerar anticorpos no sangue.

Governo francês aguarda investigação judicial

Em entrevista à RFI, o ministro adjunto da Agricultura, Guillaume Garot, disse que antes do governo adotar novas medidas é preciso aguardar o resultado das investigações.

"Nossa ação vai depender dessas conclusões. O que quero dizer é que se hoje existe essa investigação, é porque, há dez meses, nós colocamos o setor sob controle. Nós reforçamos, de maneira geral, o controle no setor da carne bovina e da carne de peixe," declarou.

Segundo o responsável do governo francês, em caso de suspeita de fraude, o resultado será a um reforço do papel da Justiça nas investigações desse tipo.

"Nós seremos intransigentes em relação a essa questão. É inadmissível que animais que não estivessem destinados ao consumo humanos, possam eventualmente -e isso a investigação vai determinar- ter acabado no prato do consumidor. Isso é inaceitável."

O ministro-adjunto diz que o governo ainda aguarda o resultado da investigação.“Espero que a Justiça avance e seja firme nas decisões que tomar."

Documentos teriam sido falsificados

Os documentos dos animais teriam sido falsificados para facilitar a venda. Os cavalos-cobaias normalmente são criados em fazendas administradas pelo próprio laboratório, e depois de três anos, são revendidos com um certificado que proíbe sua utilização no setor alimentar.

Uma filial do Sanofis teria vendido os animais a um negociante em Narbonne, suspeito de organizar o tráfico.
Todas as cobaias possuem uma identificação digital, que teria sido adulterada.

Ainda não há provas de que a carne seja prejudicial à saúde, mesmo sendo imprópria para consumo. O tráfico também envolve cavalos comprados em centros equestres.
 

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