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Planeta Verde

Jovens e ONGs brigam contra pessimismo em negociações climáticas

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A Conferência sobre as Mudanças Climáticas da ONU termina nesta sexta, em Varsóvia, e mais uma vez a sensação é de fracasso nas negociações para um acordo global para conter as emissões de gases de efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento global. Enquanto os diplomatas negociadores ficam trancados no plenário debatendo vírgulas, atores da sociedade civil procuram não perder as esperanças e agir com as próprias mãos para evitar que a elevação da temperatura do planeta ultrapasse os 2°C.

Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas em Varsóvia, na Polônia.
Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas em Varsóvia, na Polônia. COP 19 UN
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Silvia Dias é membro do conselho deliberativo da organização Vitae Civilis e observadora das negociações climáticas desde 2009. Ela chegou à Polônia no primeiro dia da conferência e percebe o clima de pessimismo. Para ela, as delegações estão desperdiçando a oportunidade de desenhar o acordo que deve ser concluído até 2015, na conferência de Paris, com a presença dos chefes de Estado e de Governo de mais de 190 países.

“A COP 19 chegou à sua semana com muito pouca coisa pré-acordada, de modo que fica bem mais complicado para se atingir decisões agora. O primeiro rascunho do documento, liberado na segunda-feira, está gerando muita controvérsia”, relata. “Há muitas discordâncias em relação a temas que podem parecer meio filosóficos para a opinião publica, mas que são as bases a partir das quais você vai elaborar as questões práticas. E quando você vai analisar o que está barrando tudo, você cai num mesmo tema: financiamento.”

Mitigação, mercado de carbono, REED, responsabilidades comuns porém diferenciadas. A cada vez que a Conferência do Clima acontece, os jornais são inundados de termos complexos usados em abundância pelos negociadores, porém que não têm maior significado para a sociedade em geral.

A estudante Beatriz Azevedo de Araújo tem apenas 20 anos, mas está determinada em transformar os debates das negociações climáticas em ações práticas na sua comunidade ou na sua cidade, Fortaleza. Ela é uma dos 12 jovens de organizações não-governamentais que foram até a Polônia para pressionar os líderes a agilizar um acordo internacional.

“Se você vier para cá querendo compreender tudo que está acontecendo nas negociações multilaterais, você fica perdido porque é sigla para todos os lados”, observa. “Mas o importante é envolver a população, envolver os jovens e a sociedade civil como um todo, para que estes projetos sejam implementados. Se não forem pelos governos, que sejam pelo terceiro setor.”

Há mais tempo na estrada, Silvia Dias confia que a pressão da sociedade civil é o que impede que as negociações não se bloqueiem de vez nas conferências climáticas. Ela acha que os resultados fracos da reunião em Varsóvia vão acabar fortalecendo o peso da conferência em Lima, no ano que vem, que era encarada até então como apenas mais uma etapa até a Cúpula do Clima em Paris, daqui a dois anos.

“A gente nunca pode ficar pessimista porque quanto mais ficarmos, mais fácil fica para esses caras aqui não fazerem nada”, afirma a observadora.

Os representantes do Brasil na conferência em Varsóvia são o chanceler Luiz Alberto Figueiredo e a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.

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