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Desigualdade social avança na França e preocupa a imprensa

Os jornais franceses destacam em manchete as repercussões da crise econômica no país, como o aumento da pobreza e a ineficácia dos dispositivos estatais de ajuda aos mais pobres. É o caso do RSA, o programa de renda mínima do governo francês.

Capa dos jornais franceses Aujourd'hui en France, Libération, e L'Humanité desta segunda-feira, 18 de novembro de 2013
Capa dos jornais franceses Aujourd'hui en France, Libération, e L'Humanité desta segunda-feira, 18 de novembro de 2013
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O jornal Aujourd'hui en France afirma em manchete que milhares de franceses que teriam direito ao programa de renda mínima do Estado (492 euros por mês, cerca de 1.500 reais) não pedem o benefício. Segundo o jornal, os recursos do programa atingiram 2,23 bilhões de euros em 2011, mas somente 1,14 bilhão foi consumido naquele ano. O total acumulado não reclamado, desde a criação do programa em 2008, teria chegado a 5 bilhões de euros. De acordo com o Aujourd'hui en France, os usuários potenciais do RSA acabam desistindo de se inscrever no programa por falta de informação ou por preguiça de enfrentar a burocracia estatal.

O jornal L'Humanité diz que os franceses estão cansados do aumento da desigualdade social. Baseado nos resultados de uma pesquisa CSA, o jornal afirma que 84% dos franceses gostariam de ver o combate às desigualdades tratado como uma prioridade pelo governo. Segundo 90% dos entrevistados, se nada for feito, a injustiça social vai se agravar nos próximos anos. O aumento da carga tributária cristaliza a insatisfação para a maioria das pessoas ouvidas.

O aumento da pobreza, principalmente nas periferias urbanas, é o assunto de capa do jornal progressista Libération. Segundo o jornal, os programas sociais adotados nos últimos 30 anos não foram suficientes para impedir o avanço da pobreza. As políticas sociais se acumulam, mas não trazem os resultados esperados, lamenta o diário.

Nuclear iraniano

O Le Figaro informa que o presidente francês se engajou claramente ao lado de Israel nas negociações sobre o programa nuclear iraniano. Em seu editorial, o diário conservador diz que Hollande foi corajoso ao impedir que a França aceitasse um compromisso com o Irã negociado de forma incompleta.

Não há dúvida que os molás iranianos buscam a bomba atômica, escreve o diário, e o acordo negociado pelas grandes potências deixa lacunas que precisam ser esclarecidas. Para o Le Figaro, a atitude corajosa da França tem efeito positivo porque não chegou a prejudicar a coesão dos ocidentais. Israel, por sua vez, pode contar com o apoio do governo francês em suas exigências de segurança.

O Le Figaro observa, no entanto, que a posição francesa pode se tornar desconfortável rapidamente, quando as negociações entre as grandes potências e o Irã forem retomadas na quarta-feira em Genebra, principalmente pela atual falta de cacife político de Hollande, um chefe de Estado com menos de 20% de popularidade.

Deflação na Europa

O diário econômico Les Echos fala do novo temor que começou a tomar conta da Europa: um risco de deflação "à japonesa". Com o crescimento estagnado, uma moeda forte e consumo interno deprimido, os países da zona do euro podem passar por um processo de deflação semelhante ao Japão na última década.
 

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