O Irã e as grandes potências não conseguiram chegar a um acordo nas negociações nucleares do último final de semana em Genebra, mas o governo iraniano continua dando sinais de abertura. A prova foi dada na segunda-feira 11 de novembro, quando Teerã anunciou que permitirá o acesso dos inspetores nucleares da ONU a dois lugares sensívei, até então vetados, a usina de Arak e uma mina de urânio.Samy Adghirni, correspondente da Folha de São Paulo, em colaboração especial para RFI, explica que esse acordo não está ligado às negociações entre o Irã e as potências ocidentais, pois as conversas com a agência nuclear da ONU têm a ver com inspeções e vistoria das instalações iranianas, enquanto que as discussões diplomáticas com as potências servem para encontrar uma maneira de pôr fim à disputa envolvendo a própria existência do programa nuclear iraniano. "São encontros separados, com equipes distintas", esclarece o jornalista.Samy também reflete que, na prática, as duas áreas de negociação acabam tendo uma grande influência uma sobre a outra. No caso atual, o Irã parece querer usar a concessão aos inspetores da ONU para aumentar seu poder de barganha nas negociações com as potências.Quanto às acusações de que a França teria sabotado um acordo em Genebra, Samy Adghirni lembra que não é de hoje que a França tem uma posição dura em relação ao Irã. Isso ocorre desde que a revolução iraniana de 1979 levou a teocracia ao poder, distanciando os laços entre Paris e Teerã.Clique acima para ouvir o programa completo.
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