O cantor e compositor pernambucano Siba esteve nos estúdios da RFI, em Paris, para falar sobre seu novo álbum, "Avante" e sua breve turnê europeia. Breve, mas muito produtiva, de acordo com o músico. Ele já esteve na Europa - e em Paris, particularmente - diversas vezes, acompanhado das bandas Mestre Ambrósio e Fuloresta. Mas, desta vez, é diferente: depois de quase 20 anos dedicando sua inseparável rabeca aos meandros da música tradicional do nordeste brasileiro, Siba testa além-mares sua veia roqueira.
Na verdade, a guitarra foi seu primeiro instrumento. Mas, como ele conta à reportagem, quando o manguebeat roubou a cena recifense no início dos anos 90, ele e os companheiros de Mestre Ambrósio acharam que a mais punk das atitudes era se voltar à música tradicional. "O rock era a coisa mais estabelecida naquela época. Atitude punk é ir de encontro ao que já está estabelecido".
Então, depois de tornar-se conhecido com o Mestre Ambrósio, Siba exilou-se no município de Nazaré da Mata, no interior do Pernambuco, para estudar os ritmos tradicionais do local. Formou a banda Fuloresta, colocou a rabeca e os metais na linha de frente.
Quando conseguiu estabelecer-se mundialmente como referência da tradição nordestina, resolveu alçar novos voos. Primeiro, no álbum "Violas de Bronze", que ele gravou ao lado do violeiro mineiro Roberto Correa. E agora, "Avante", cuja produção é assinada pelo guitarrista da banda cearense Cidadão Instigado, Fernando Catatau.
Siba tocou nesta terça-feira na Bellevilloise, em Paris, depois de uma apresentação em Londres e voltou para o Brasil. Mas, a julgar pela resposta do público, "se abriu um novo momento na Europa para este trabalho". É ele que diz. Ouça a reportagem no link acima.
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