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Planeta Verde

Oceanos viram foco das preocupações dos climatologistas

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As conclusões do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, o grupo de referência mundial sobre estudos do clima, reunido em Estocolmo, só serão conhecidas nesta sexta. Porém versões preliminares do relatório indicam que a preocupação dos cientistas com o aumento do nível do mar se intensificou.

Elevação do nível do mar pode atingir cidades costeiras com milhões de habitantes, alertam cientistas.
Elevação do nível do mar pode atingir cidades costeiras com milhões de habitantes, alertam cientistas. Flickr/ealmats
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Ao contrário do que se imaginava há seis anos, quando o IPCC publicou as suas ultimas constatações, os oceanos podem registrar uma subida de 80 centímetros até 2100, e não mais no máximo 59, como se previa. Esta alteração provocaria consequências dramáticas para as populações de ilhas do Pacifico, mas também para grandes cidades costeiras de todo o planeta.

O físico especialista em oceanos Edmo Campos, da Academia Brasileira de Ciências, é um dos autores do relatório do IPCC. Ele ressalta que o mundo está tomando consciência sobre a importância dos mares para compreender as mudanças climáticas. “Está havendo um despertar para o oceano, até na própria comunidade cientifica. E isso é de vital importância porque o oceano é um dos principais agentes das mudanças climáticas”, explica. O documento que será divulgado amanhã deve trazer constatações sobre o Atlântico Sul, com incidência no Brasil, conforme Campos.

Outro ponto que os cientistas estão se debruçando é explicar por que o aquecimento global registrou uma “pausa” nos últimos anos. O climatologista do Inpe José Marengo, da Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas, é outro cientista brasileiro que participou deste grande estudo internacional. Para ele, este “hiato” no aquecimento era previsto.

“É algo que já foi estudado e aparece nos relatórios. Algumas áreas do mundo tem tido um resfriamento nos últimos anos, como a Groenlândia e a costa do Peru e do Chile. Mas todas as outras regiões do mundo mostram aquecimento”, destaca.

Marengo lamenta que, apesar de os estudos científicos comprovarem cada vez mais a influência das ações do homem sobre o clima, os governantes permanecem surdos aos apelos dos climatologistas. “Agora vai haver impacto em todo mundo, com todos os governos se pronunciando, dizendo que o clima é problemático. O problema é depois. A agenda ambiental passou para um segundo plano, porque a agenda econômica está no primeiro.”

A próxima Conferência de Mudanças Climáticas da ONU acontece de 11 a 22 de novembro, em Varsóvia, na Polônia.
 

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